Repórter mexicano ganha Prêmio Peter Mackler 2017


28/08/2017


O jornalista mexicano Marcos Vizcarra

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) parabenizou o jornalista mexicano Marcos Vizcarra, de 29 anos, pela conquista do Prêmio Peter Mackler 2017, que recompensa a valentia e a ética jornalística. A cerimônia ocorrerá no dia 26 de outubro no National Press Club, nos Estados Unidos.

O repórter, que assina matérias sobre corrupção, violência, justiça e direitos humanos para o jornal “Noroeste”, em Culiacán, será agraciado no momento em que o México ocupa a vergonhosa terceira posição de país mais perigoso para jornalistas, conforme indicado pela RSF em maio. Desde o ano 2000, a entidade contabiliza mais de uma centena de mortes violentas no país e, somente em 2017, já chegam a 10 o número de profissionais assassinados devido às suas atividades como jornalistas. Dos 180 países elencados pela RSF na Classificação Mundial de Liberdade de Imprensa o México ocupa a 147.ª posição.

“Dada a onipresença da corrupção no país, a maior parte dos crimes de jornalistas acabam impunes. Ao recompensar Marcos Vizcarra com o prêmio, reconhecemos a valentia daqueles que não permanecem calados no México. Continua sendo o país do hemisfério norte onde morrem mais jornalistas”, declarou Delphine Halgand, diretora da RSF na América do Norte.

O trabalho de Vizcarra ganhou notoriedade por se concentrar especialmente na divulgação de casos de desaparecimentos de civis mexicanos e na ineficácia do governo de dar respostas sobre estes casos. As matérias de Vizcarra também denunciaram a corrupção dentro das instituições regionais e suas relações com o cartel de Sinaloa.

Em um trabalho delicado de investigação, o jornalista reuniu informações sobre os cartéis e a corrupção do governo, mesmo diante da morte de Javier Valdez, correspondente da Agência France Presse (AFP), dedicado às matérias sobre narcotraficantes e fundador do “Noroeste”, assassinado em maio de 2017.

O Prêmio Peter Mackler é administrado pela “Global Media Fórum” em colaboração com o “Repórteres Sem Fronteiras” e a “Agência France Presse” (AFP).