“Meu mundo está desmoronando”, diz a jornalista Petra Laszlo


Por Claudia Sanches*

14/09/2015


jornalistarefugiados
A cinegrafista que foi filmada chutando imigrantes divulgou uma nova justificativa para sua atitude após sua declaração inicial ter sido criticada por não se mostrar arrependida o suficiente. Petra Laszlo disse neste sábado (12/09), em uma mensagem no site do jornal conservador Magyar Nemzet, que teve dificuldade para expressar seus sentimentos exatos porque sua vida estava agora “desmoronando em ruínas”.

Usando apenas letras maiúsculas, Laszlo, de 40 anos, tenta se justificar: “peço sinceras desculpas pelo que aconteceu com as pessoas afetadas”. A mídia húngara diz que ela e sua família já se esconderam.

Horas depois de suas ações, Laszlo foi demitida na terça-feira pela N1TV, um canal com base na Internet intimamente associado com o partido de extrema-direita Jobbik, da Hungria.

O site do canal está fora do ar desde quinta-feira depois de ser desativado pela equipe “Fallaga”, um grupo de hackers islâmicos da Tunísia.

Numa carta publicada no jornal conservador de direita húngaro Magyar Nemzet, tentou justificar sua atitude. “Estava filmando quando centenas de refugiados romperam o cerco policial. Um deles tropeçou em mim e entrei em pânico”.  Nas versões eletrônicas da revista alemã Spiegel e do jornal Süddeutsche Zeitung desta sexta-feira (11/09), ela escreveu: “Eu lamento sinceramente o que aconteceu. Quando assisto ao vídeo hoje, não me reconheço “.

Petra ainda disse que não é uma cinegrafista racista e sem coração que ataca crianças. “Sou apenas mãe de uma criança pequena que agora está desempregada e que, em pânico, tomou uma decisão errada. Realmente sinto muito. Como mãe, lamento que tenha sido uma criança a esbarrar em mim, e que eu não tenha percebido”.

As imagens de Petra Lazlo dando uma rasteira em refugiados que tentavam escapar de um cerco policial, incluindo crianças, provocaram repúdio na Hungria e no mundo, no momento em que o país é criticado por sua atitude a respeito dos migrantes.

 

*Fonte: Associated Press.