Repórter da CNT é agredida por agente público


25/09/2020


A repórter Julie Alves

A repórter Julie Alves foi agredida na quinta-feira (24), em unidade de saúde em Japeri, no Rio. A jornalsita, que gravava para programa da CNT, e seu cinegrafista precisaram ser medicados após serem atacados por um agente público. Além de agressão física, houve crime de racismo. A aBI repudia toda e qualquer agressão a jornalistas. “É gravíssima a escalada de violência no País contra profissionais da imprensa e contra as liberdades democráticas”, afirmou o presidente da ABI, Paulo Jeronimo.

Veja a matéria de Sandro Nascimento e Paulo Pacheco, do site do progrma “Na telinha”

Repórter é agredida por agente público no Rio: “Fui chamada de macaca”

A repórter Julie Alves foi agredida na tarde desta quinta-feira (24) em uma unidade de saúde em Japeri, região metropolitana do Rio de Janeiro. A jornalista, que gravava material para o programa Fala Baixada, da CNT, e seu cinegrafista precisaram ser medicados após serem impedidos de trabalhar por um funcionário público.

Em imagens obtidas pelo NaTelinha, Julie Alves recolhe o microfone no chão enquanto um homem se aproxima do câmera, chamado Vangelis. A repórter aponta para o agressor e pede para o colega registrá-lo com seu equipamento. Outro rapaz aparece tentando conter o agente municipal.

Procurada pela reportagem, a jornalista conta que o microfone foi parar no chão por um golpe desferido pelo homem: “Ele partiu para cima de mim. Deu um tapa na minha mão, pensei que ele fosse dar na minha cara, e o microfone caiu. Eu me abaixei para pegá-lo e ele avançou no cinegrafista”.

Ainda abalada, Julie Alves diz que precisou ser medicada no posto médico. Sua pressão arterial, que costuma dar “12 por 8” subiu para 14 . O cinegrafista, diabético e hipertenso, quase alcançou 400 mg/dL de glicemia (o normal é 100) e 18 de pressão alta.

Repórter da CNT acusa agente público de racismo

A repórter, que já trabalhou em programas da RedeTV! como TV Fama e A Tarde É Sua, também acusa o funcionário público de racismo: “Ele me chamou de macaca, de piranha, me mandou para a p… que pariu. Isso nunca tinha acontecido comigo. Estou péssima. Foi super constrangedor e revoltante. O que a gente viveu aqui é o descaso total com o jornalismo”.

Após o caso de agressão, a secretária de saúde do município, Rosilene Moraes, chegou à unidade de saúde e recebeu a equipe de jornalismo, porém o funcionário do local continuou rondando a repórter e o cinegrafista.

“Ele entrou na sala e nos ameaçou, isso tudo dentro do posto de saúde. A pessoa é funcionária da prefeitura. No momento em que a secretária nos levou para a sala dela, ele entrou e quis nos agredir de novo”, relata a jornalista.

A reportagem de Julie Alves não tinha relação direta com a unidade de saúde, mas com um lixão vizinho ao prédio público. Quando chegou ao local, foi impedida de trabalhar: “Eu vim perguntar à coordenação do posto se eles tinham conhecimento do lixão ao lado. Foi quando começou a confusão”.

Julie Alves registrará Boletim de Ocorrência contra o funcionário público por agressão e injúria racial. A secretária de saúde de Japeri foi procurada, porém não retornou o contato até a conclusão desta reportagem.