O chamado “esforço de reportagem”


23/02/2023


Do Jornalistas & Cia.

Roberto Kovalick, da Rede Globo, passava a folga do Carnaval em São Sebastião, no litoral paulista. A tragédia das enchentes que atingiram a região levou seu lado repórter a falar mais alto e ele começou a postar vídeos feitos com o próprio celular. Com todos ilhados por causa das
quedas de barreiras na Rio-Santos, foi escalado de última hora para a cobertura e tem aparecido ao longo de toda a programação da Globo, conforme o site da emissora.

Âncora do programa Hora 1 – jornalístico das 4h às 6h da manhã –, Kovalick teve a folga cancelada e foi chamado pela Globo no domingo (19/2) para a cobertura, com participação no Fantástico e entradas ao vivo na GloboNews. Na manhã da segunda-feira (20/2), contava com alguma estrutura e mostrou a saída de turistas da cidade em Bom Dia São Paulo, Bom Dia Brasil, Encontro e SP1. A casa em que ele estava com a família também foi inundada e pouco se salvou.

A Globo enviou o repórter Bruno Tavares com um cinegrafista de barco para Barra do Sahy, em São Sebastião. O mar estava muito agitado, tocos de árvores boiavam na água, e não conseguiram aproximar-se da praia. Voltaram mais tarde, con- seguiram descer e caminhar até o local em que as equipes de resgate trabalhavam. Deixaram em vídeo o registro da dificuldade.

Diversos outros veículos também mobilizaram profissionais que passavam o carnaval na região ou enviaram equipes para lá, o que tem resultado numa ex- tensa e profunda cobertura. Para os mais velhos, lembra o grande esforço da imprensa em tragédia semelhante, ocorrida em 1967, em Caraguatatuba, na mesma região, como registrou Ricardo Kotscho em seu blog.

Marcos Haidar, ex-TV Globo,
hoje na GBR Comunicação, chama a atenção para uma curiosidade: Walace e Rafael Lara, pai e filho, respectivamente, estão na região desde terça-feira (21/2). Walace, pela TV Globo, e Rafael, pela CBN.

Repórteres do Estadão são agredidos durante cobertura da tragédia em São Sebastião

Uma equipe de reportagem do Estadão foi agredida por moradores do condomínio de luxo Vila de Anoman, em Maresias, São Sebastião, durante a cobertura do temporal que devastou o Litoral Norte de São Paulo no fim de semana.

A repórter Renata Cafardo e o repórter fotográfico Tiago Queiroz tinham sido autoriza-dos a entrar no condomínio por outros moradores. Eles filmavam as ruas do condomínio alagadas e carros danificados quando um grupo avistou a equipe e passou a dirigir xingamentos aos jornalistas. Posteriormente, agrediram fisicamente os profissionais.

Um deles cercou Tiago Queiroz, puxou sua câmera e obrigou-o a apagar as fotos que tinha feito. O jornalista salvou as imagens em outro cartão de memória. Outro morador tentou tirar o celular da mão de Renata Cafardo, mas não conseguiu. Em seguida, empurrou a repórter, que caiu na água. O grupo ainda xingou os jornalistas e chamou o Estadão de “comunista” e “esquerdista”. As agressões só pararam quando outros moradores contiveram os agressores.

A reportagem conseguiu fotografar o grupo. Eram cinco homens e uma mulher, e um deles se identificou como sub-síndico do condomínio.