Fernanda Chácara Miguez


08/03/2007


“A atração pelo jornalismo começou cedo, antes mesmo das pretensões acadêmicas. Minhas habilidades na área realmente me levaram à universidade, onde pude conhecer a realidade da profissão de forma mais transparente e estimulante. 

Formada desde dezembro de 2005, já atuei em rádio, TV, revistas e assessorias de comunicação. Porém, a dificuldade de ingressar no mercado de trabalho e salários pífios contribuíram, de certa forma, para uma insatisfação com o jornalismo. Continuo investindo em minha formação e acredito que posso produzir trabalhos, com seriedade e profissionalismo, que sejam devidamente reconhecidos. Mas, diante de uma ética ao avesso que permeia a atual prática profissional, não me arrisco a dizer que o jornalismo seja uma carreira realizadora. 

Parâmetros ‘éticos’ baseados predominantemente no lucro a qualquer custo e na espetacularização, por exemplo, acabam dificultando essa realização. A qualidade da informação, a preocupação com o desenvolvimento crítico do público e o compromisso com a verdade, muitas vezes, ficam preteridos. Mesmo diante desses conflitos, a busca pela profissão é constante, especialmente a procura feminina. Os cursos de jornalismo e a redação de jornais têm sido ocupados predominantemente por mulheres, provavelmente porque isso segue a tendência geral do aumento do ingresso feminino em cursos superiores nas últimas décadas. Conseqüentemente, há mais mulheres jornalistas disponíveis para atuar no mercado, e elas se destacam não só nas redações, mas também em vários cargos de chefia e em outras mídias, como a televisiva. 

No entanto, o reconhecimento do trabalho feminino na imprensa talvez ainda não esteja acontecendo da maneira ideal, principalmente no que se refere à remuneração, muitas vezes inferior a dos homens. As mulheres têm mostrado cada vez mais eqüidade profissional na imprensa brasileira, e os preconceitos que porventura existam tendem a diminuir. Independentemente do sexo ou do tempo de experiência, o mais importante é que seja produzido no país um jornalismo claro e ético.” 
 

Fernanda Chácara Miguez — Assessora de Comunicação
 do Conselho Regional de Enfermagem (Belo Horizonte-MG)