Dilma repudia proibição de sobrevôo de avião de Evo Morales


Por Cláudia Souza*

03/07/2013


 

Dilma Roussef (Foto: Wilson Dias /Agência Brasil)

Dilma Roussef (Foto: Wilson Dias /Agência Brasil)

A Presidente Dilma Rousseff classificou nesta quarta-feira, dia 3, de inaceitável e constrangedora a atitude de alguns países europeus de proibir que o avião do Presidente da Bolívia, Evo Morales, sobrevoasse seus espaços aéreos na noite desta terça, dia 2.

Morales voltava de uma viagem a Moscou quando foi obrigado a fazer uma escala em Viena, na Aústria, depois que Portugal, França, Itália e Espanha desautorizaram o sobrevoo sobre seus territórios.

“O governo brasileiro expressa sua indignação e repúdio ao constrangimento imposto ao presidente Evo Morales por alguns países europeus, que impediram o sobrevoo do avião presidencial boliviano por seu espaço aéreo, depois de haver autorizado seu trânsito. O constrangimento ao presidente Morales atinge não só a Bolívia, mas toda a América Latina. Compromete o diálogo entre os dois continentes e possíveis negociações entre eles. Exige pronta explicação e correspondentes escusas por parte dos países envolvidos nesta provocação”, disse Dilma, por meio de nota.

O incidente com o avião presidencial boliviano ocorreu por suspeitas de que o ex-consultor da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, Edward Snowden estivesse a bordo. Snowden é acusado de traição nos Estados Unidos. Segundo Dilma, a justificativa é “fantasiosa” e desrespeita as regras internacionais, além de ter colocado a vida de Morales em risco.

“O noticiado pretexto dessa atitude inaceitável – a suposta presença de Edward Snowden no avião do presidente –, além de fantasiosa, é grave desrespeito ao direito e às práticas internacionais e às normas civilizadas de convivência entre as nações. Acarretou, o que é mais grave, risco de vida para o dirigente boliviano e seus colaboradores”, condenou Dilma.

A presidenta afirmou ainda que o governo brasileiro “encaminhará iniciativas em todas instâncias multilaterais, especialmente em nosso continente, para que situações como essa nunca mais se repitam”.

A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) convocou uma reunião extraordinária para discutir o incidente com Morales. Dilma deve enviar um representante ao encontro, que ainda não tem data confirmada.

Mais cedo, o Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, conversou por telefone com o chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, e expressou repúdio do governo brasileiro ao episódio e classificou de arrogante a atitude dos europeus.

A Bolívia já anunciou que vai denunciar Portugal, Espanha, França e Itália na Comissão dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) por terem fechado o espaço aéreo ao avião do presidente Evo Morales.

*Com informações da Agência Brasil.