Marcha da Democracia, Caminhada do Silêncio, 2.a Semana de Jornalismo da ABI: sociedade debate os 60 anos do golpe


27/03/2024


Os 60 anos do golpe, no próximo dia 1º, têm vários eventos programados, para refletir sobre aquele momento histórico e seus reflexos até os dias de hoje:

4.a Caminhada do Silêncio

No dia 31, ocorre a quarta edição da Caminhada do Silêncio, em São Paulo. A concentração começa às 16h, diante da antiga sede do DOI-Codi, que hoje abriga uma delegacia, na zona sul paulistana. Os manifestantes seguirão até o Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos, no Parque do Ibirapuera. O tema é “Para que não se esqueça/ Para que não continue acontecendo”. Participantes levarão flores e velas.

A caminhada é uma realização do Movimento Vozes do Silêncio, representado pelo Instituto Vladimir Herzog, o Núcleo de Preservação da Memória Política e a seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), e tem apoio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. O evento integra o calendário oficial da cidade desde o ano passado, com a Lei 17.886, a partir de projeto do então vereador e atual deputado estadual Antonio Donato (PT).

Marcha da Democracia – Rio-Juiz de Fora

Na mesma data, uma marcha sairá do Rio de Janeiro com destino a Juiz de Fora, em Minas Gerais. O evento está sendo chamado de “marcha reversa” ou Marcha da Democracia. Isso porque fará o caminho oposto ao feito em 1964, quando tropas lideradas pelo general Olympio Mourão Filho, comandante da 4ª Região Militar, saíram da zona da mata mineira com destino ao Rio, como parte da conspiração para derrubar o presidente constitucionalmente eleito.

Assim, segundo os organizadores, caravanas sairão da Cinelândia, no centro do Rio, e se encontrarão com a família do ex-presidente, que morreu em 1976, no exílio, sem nunca ter voltado ao Brasil. Essa marcha terá duas paradas simbólicas: em Petrópolis, onde funcionava a “Casa da Morte” e na ponte sobre o rio Paraibuna, que separa Minas e Rio. Na cidade mineira, está prevista a entrega do título Doutor Honoris Causa, pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a João Goulart.

Debate no antigo Dops

Antes disso, no dia 23, às 14h, o Memorial da Resistência sediará mais uma edição dos chamados Sábados Resistentes. O professor Marcos Napolitano, do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), falará sobre Os antecedentes e desdobramentos do golpe civil-militar de 1964. Em seguida, será exibida uma versão do filme 1964 – Um Golpe contra o Brasil (2014), produzido pelo Núcleo Memória e dirigido por Alípio Viana Freire. O memorial fica no prédio que abrigava o Dops: Largo General Osório, 66, Luz, ao lado da Sala São Paulo.

Esse evento será realizado de forma presencial e on-line. A transmissão será feita pelo canais do Núcleo Memória (@nucleomemoria), do Memorial da Resistência (@memorialdaresistencia) e do site Tutameia (@tutameiaTV) no YouTube. O Núcleo, que está completando 15 anos, promoverá outros encontros, sempre com homenagens a mortos ou desaparecidos durante a ditadura.

2ª Semana Nacional de Jornalismo da ABI

A ABI promove, de 1º a 5 de abril, a 2ª Semana Nacional de Jornalismo, em Juiz de Fora, Natal, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, para debater os 60 anos do golpe da 1964, com a participação de jornalistas que viveram o golpe e lutaram contra a ditadura, professores universitários, historiadores, pesquisadores e políticos. O encerramento será no dia 5 de abril, às 16h00, na sede da ABI – Rua Araújo Porto Alegre, 71, no Rio de Janeiro. As mesas de debates serão transmitidas ao vivo pelo canal ABITV no Youtube.

Universidades e entidades

Várias universidades e entidades em todo país realizarão debates e seminários sobre os 60 anos do golpe, entre elas a USP, a UFBA, a UERJ, a UFPR, a UFMG, a UnB, a UPE, a UNILAB, a UEPG, a Unicamp, a UOPA, a UFRJ, o IAB – Instituto dos Advogados do Brasil, a OAB-SP, a Sigmund Freud – Associação Psicanalítica, de Porto Alegre, entre outras.

A UERJ, UERJ-FPP, UFF, UFRJ, UNIRIO, PUC-RIO e IHGB realizam, de 1 a 5 de abril, o Seminário 60 anos do golpe: História, Memória e novas abordagens da ditadura no Brasil.

Várias entidades e organizações realizam um Ato Público, no dia 5 de abril, sexta-feira, no Centro do Rio de Janeiro, às 17h30, nas escadarias da Câmara de Vereadores, na Cinelândia, e às 19h, na Sala de Sessões do Centro Cultural da Justiça Federal (Av. Rio Branco, 241 – Centro – em frente ao Metrô Cinelândia), intitulado Violência e Abusos de poder nunca mais! A resistência religiosa nos 60 anos do golpe militar no Brasil.


A PUC-SP realiza, de 26/02 a 31/03, a recepção dos novos estudantes – PUC-SP: 60 anos de Resistências Democráticas (1964-2024), no Campus Monte Alegre (Perdizes) – São Paulo.


Partidos políticos, mandatos populares, movimentos sociais e entidades da sociedade civil convocam para o ato 60 anos do golpe: Ditadura Nunca Mais, a ser realizado no dia 01 de abril, às 15h. A concentração do ato ocorre na frente do prédio do antigo DOPS, palco de graves violações de direitos humanos ao longo de todo o século XX e caminhada seguirá até o CACO/FND, símbolo da resistência democrática e da lutas populares, onde será realizada a entrega anual da Medalha Chico Mendes de Resistência pelo GTNM/RJ.

A revista POLI, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da FIOCRUZ, lançou uma Edição Especial – 60 anos do golpe: ideias do passado atualizadas no presente. Capa da revista Ciência Hoje: Ecos de 1964 – Entrevista com o historiador Carlos Fico e artigos trazem revelações sobre o golpe militar ocorrido há 60 anos e a ditadura que o seguiu.

Ao contrário do governo Lula, a sociedade civil vai sim lembrar os 60 anos do golpe de 1964. Para que não se esqueça! Para que nunca mais aconteça! Tortura Nunca Mais! Democracia Sempre!