Coleção de Nossa Imprensa na Biblioteca da ABI


18/07/2008


Acaba de chegar à Biblioteca Bastos Tigre, da Associação Brasileira de Imprensa, uma coleção da Nossa Imprensa, publicação da Editora Referencial Comunicações Ltda. Os exemplares foram doados pelo jornalista Gilvan Coelho Neto, editor da revista, sócio da ABI, organizador do Congresso de Jornalistas e Radialistas do Maranhão e professor da Escola de Comunicação Social da UFMa, universidade federal local.

A doação, segundo Coelho Neto, além de contribuir com o acervo da Biblioteca da ABI, teve como objetivo principal criar facilitar a integração dos jornalistas da Região Sudeste com os profissionais do Nordeste:
— Para nós do Maranhão, a doação da revista era necessária porque a ABI é a principal e a mais importante instituição na luta pela liberdade de expressão. Tivemos essa iniciativa porque entendemos que, na Biblioteca da ABI, há uma grande possibilidade de os jornalistas do Centro-Sul conhecerem melhor o trabalho dos seus colegas do Nordeste, notadamente do Maranhão.

A idéia de criação da Nossa Imprensa nasceu de um debate no I Congresso de Jornalistas e Radialistas, realizado em São Luís em abril de 2004. A sugestão partiu de Coelho Neto, do também jornalista Raimundo Martins e da professora Zefinha Bentivi, da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal do Maranhão:
— Fizemos a proposta e, em seguida, uma comissão formatou o modelo da revista — diz Coelho Neto. — A idéia é termos um veículo para divulgar os anseios, lutas, tecnologias, bastidores, dificuldades e método de trabalho dos profissionais, estudantes e professores de Comunicação do nosso estado. Nossa Imprensa também reproduz algumas matérias publicadas Jornal da ABI que são de interesse da nossa região.

A revista circula com periodicidade trimestral de 2 mil exemplares. A distribuição é dirigida para as redações de jornais, revistas, rádios e TVs maranhenses, chegando também aos estados do Pará, Ceará e Piauí. Outros pontos de distribuição são universidades, assessorias de comunicação, entidades representativas dos jornalistas, radialistas e publicitários e os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Maranhão, do Distrito Federal e de algumas capitais brasileiras.

Bastidores da mídia

Profissionais e o mercado de trabalho da área são os temas principais abordados pela revista, conforme proposta aprovada nos Congressos de Jornalistas e Radialistas do Maranhão de 2004 e 2005. Durante os encontros, os participantes votaram, segundo Coelho Neto, “a criação de um veículo de comunicação voltado para a divulgação dos bastidores e dos impactos da mídia nos diversos segmentos da sociedade”.

Em seu primeiro número, a publicação destaca que o universo da comunicação é gigantesco e deve ser amplamente debatido: “Começa pela preparação dos profissionais, a grade curricular dos cursos, os estágios, a pesquisa, a produção científica, o mercado de trabalho”, diz o editorial. Outro ponto observado é a preocupação que os profissionais de imprensa e a sociedade de maneira geral devem ter com o controle político e econômico dos meios de comunicação de massa e o conteúdo das mensagens emitidas por eles, lembrando que estas “são dirigidas, às crianças, aos jovens e adultos e aos cidadãos da chamada terceira idade”.

Nossa Imprensa nº 1 traz também um panorama do 2º Congresso de Jornalistas e Radialistas do Maranhão, que contou com a presença do Presidente da ABI, Maurício Azêdo, do apresentador da Rede Globo Cid Moreira e do jornalista Luiz Mineiro, Diretor de Jornalismo do SBT. Há ainda, entre outras reportagena, um artigo sobre João Francisco Lisboa, considerado um dos maiores profissionais da imprensa no século XIX, e uma matéria sobre os cursos de Jornalismo criados por empresas como a Folha de S.Paulo e o Estadão.

Segundo o editor, os principais colaboradores da Nossa Imprensa são jornalistas, professores e alunos de Jornalismo, bem como alguns escritores membros da Academia Maranhense de Letras. Além de trazer temas que geram debates no meio, a revista também abre espaço para personagens da mídia que têm projeção nacional. No nono exemplar do segundo ano da edição, a matéria de capa foi “Retrato da mídia impressa brasileira por três jornalistas”, com um perfil de Hélio Fernandes, Diretor da Tribuna da Imprensa e um dos ícones do jornalismo brasileiro, e entrevistas com Otávio Frias Filho, Diretor de Redação da Folha de S.Paulo; e Lourival Bogéa, Diretor do Jornal Pequeno, que há 55 anos é um dos mais combativos veículos da imprensa maranhense. 

Memória biográfica

Outro produto editorial considerado de grande utilidade para o meio jornalístico é o suplemento “Memória biográfica de jornalistas e radialistas do Maranhão”, que já focalizou 120 personalidades.

Sobre o impacto e a abrangência do projeto, Coelho Neto diz:
— É um trabalho magnífico e extremamente gratificante, porque estamos registrando, documentando, preservando e difundindo os exemplos, experiências, idéias e obras desses colegas geniais da comunicação maranhense, que deixam um legado inestimável para as atuais gerações.

A partir do segundo semestre deste ano, a revista, editada há quatro anos, deverá passar a circular mensalmente e ganhar um site, a ser renovado toda semana.