América em fotos (II)


19/09/2008


Platinismo

O excelente futebol argentino predominou no cenário sul-americano nas décadas de 30 e 40. Nesse período conhecido por “platinismo”, muitos clubes brasileiros importaram jogadores do país vizinho. Em 1934, o América contratou sete jogadores argentinos: Rivarola, meia-direita do Santa Fé, Fassora, centro-avante do Racing, Dela Torre, zagueiro do Racing, De Saa, zagueiro-esquerdo do Velez Sarsfield, Mariani, centro-médio do Boca Juniors, Arresi, médio-esquerdo do San Lorenzo e Dedovitis, meia-esquerda do Velez Sarsfield.

O time rubro terminou em 3º lugar, no campeonato carioca da liga de 1934, quando o Vasco conquistou o título. Na Amea, o Botafogo chegava ao tricampeonato. (na foto a cima, a linha atacante rubra naquele ano: Carola, Rivarola, Fassora, Curto e Carreiro)

Consagração

Em 35, o time do América foi campeão carioca com: (a partir da esquerda) Gaúcho, Della Torre, Badu, Plácido, Og, Alcebíades, Possato, Hortêncio, Pirica, Oscar, Carola e o técnico Tito Rodrigues. Foi a segunda conquista do clube naquela década, depois do título carioca de 31.

Faltavam três rodadas e rubros e tricolores dividiam a liderança com cinco pontos perdidos. No dia 27 de outubro de 1935, América e Fluminense se enfrentaram, em Álvaro Chaves. Plácido abriu a contagem, mas o Fluminense virou o placar para 2 a 1. A partir daí, os rubros igualavam o marcador e os tricolores desempatavam. Foi assim até o marcador apontar 5 a 4. A sensacional virada para 6 a 5 garantiu praticamente o título, porque o América passou a depender apenas dele nas duas últimas partidas contra a Portuguesa e o Flamengo. (ao lado, Carola e Vicentino se cumprimentam antes da partida)

No campo do Bonsucesso, em Teixeira de Castro, a equipe americana derrotou a lusa por 4 a 0, em 3 de novembro. A consagração aconteceu no campo do Fluminense, no dia 10, quando o América empatou com o Flamengo de 2 a 2, após estar vencendo por 2 a 0, gols de Plácido.

Carola

Quando passou a jogar no terceiro time do Mauá, do bairro da Saúde, o garoto Orlando dos Santos substituiu um jogador conhecido como Carola, que foi atuar no primeiro quadro. Como seu estilo era parecido com o do Carola, ganhou o apelido de Carolinha.

Carola chegou ao América em 1929. Dois anos depois conquistou o título carioca de amador. Em 1933, com a implantação do profissionalismo, tornou-se profissional do clube. Na conquista do inesquecível título carioca de 1935, Carola foi um dos principais jogadores americanos.

Na época em que jogava, prevalecia a técnica. Carola atuou a19o lado de grandes jogadores e teve como adversários craques extraordinários. Suas opiniões se fundamentaram nas qualidades individuais do jogador:

O negócio é o seguinte: futebol ninguém aprende nos livros, nas aulas. É um dom que nasce com a gente.”

A laranja é a primeira bola do pobre. A do rico é a de borracha, bonitinha. Mas, no fim, a trilha é a mesma. Cada um cria seu estilo. Evolui. Aí é que a gente vai separar o craque do perna-de-pau.”

Craque é o que tem mais virtudes do que defeitos. Coisas boas e más, todos têm. Lembro de mim mesmo. Não havia bola que pegasse e não desse uma voltinha. Matava a bicha e rodava que nem peru para olhar o campo. Naquela voltinha, passava em revista a todos os companheiros e inimigos.”

Carola dedicou sua vida ao América e marcou com a camisa rubra 158 gols. Ao encerrar a carreira, em 1946, continuou em Campos Sales, como funcionário do clube de seu coração.