Grupo Abril demite funcionários e anuncia reestruturação


Por Igor Waltz*

10/06/2013


Victor Civita assume a presidência do Conselho Editorial no lugar do pai. (Crédito: Paulo Giandalia/AE)

Victor Civita assume a presidência do Conselho Editorial no lugar do pai. (Crédito: Paulo Giandalia/AE)

O Grupo Abril anunciou na última sexta-feira, 7 de abril, uma reestruturação administrativa, que inclui a demissão de pelo menos sete executivos da companhia, citando a “busca de melhores resultados”. Segundo a companhia, a nova estrutura representa uma evolução dos esforços da empresa para “manter-se líder no setor brasileiro de mídia impressa e ampliar sua relevância no mundo de conteúdos digitais”.

“O desenho da nova estrutura apresenta como principal movimento a reorganização e o reagrupamento das Unidades de Negócios (UN) que estavam anteriormente sob o chapéu da Abril Mídia e que agora passam ao comando direto do presidente-executivo da Abril S.A., Fábio Colletti Barbosa”, afirmou a companhia, em comunicado.

A reestruturação cortou de dez para cinco o número de UNs da Abril. A divisão de Negócios e Tecnologia, por exemplo, agora passa a fazer parte da unidade que responde pela Exame. A estrutura da Abril passou a contemplar as seguintes unidades: Veja, Exame, Abril Segmentadas, Assinaturas e Novos Negócios Digitais.

Deixam a empresa Alfredo Ogawa, diretor de Serviços Editoriais da Abril Mídia, na Abril há 26 anos; Brenda Fucuta, diretora Superintendente da extinta UN Segmentada I, na Abril há 22 anos; Claudio Ferreira, diretor Comercial de Administração da Unidade de Negócios Veja, na Abril desde 2003, além de duas outras passagens pela empresa; Daniel Gomes, diretor de Planejamento Estratégico e Novos Negócios, há pouco mais de um ano na Abril; Kaike Nanne, diretor do Núcleo Comportamento, na Abril desde 2005; Márcia Neder, diretora do Núcleo Moda e Beleza, na Abril há 34 anos; e Paula Traldi, diretora de Recursos Humanos da ex-Abril Mídia, que está na empresa desde 2010.

Com a fusão de unidades de negócios, cerca de 70 profissionais teriam sido demitidos. Em reuniões internas, executivos da companhia teriam dito que cerca de 10 revistas deixarão de circular, como Playboy, Capricho, Bravo, Mundo Estranho e Contigo!, ainda que a empresa não tenha confirmado oficialmente quais publicações serão descontinuadas. Estipula-se que o fechamento das revistas deva encerrar até mil vagas.

Conselho editorial

Com a reestruturação, Victor Civita Neto assume a presidência do Conselho Editorial da companhia, antes ocupada por seu pai, Roberto Civita. Além de Neto, conhecido como Titti, compõem o conselho Thomaz Souto Corrêa (vice-Presidente), Elda Müller, Fábio Barbosa, Jairo Mendes Leal e José Roberto Guzzo.

Titti é formado em ciências políticas pela Universidade de Columbia (EUA) e começou a trabalhar no grupo em 1990. O executivo foi responsável pela implantação da MTV Brasil e por executar os primeiros especiais da emissora e os primeiros Acústicos MTV. Em 1995, assumiu a diretoria de programação e produção da TVA, viabilizando a exibição dos canais de TV por assinatura Bravo Brasil, CMT Brasil e Euro-Channel.

Também assumem Thais Chedes Soares, que acumula o cargo de diretora geral de publicidade e passa a comandar a UN Veja; Helena Bagnoli, que irá dirigir a UN Abril Segmentadas; Claudia Vassallo, que fica à frente da UN Exame; e Claudia Giudice como diretora superintendente.

Já a UN de Novos Negócios Digitais terá Manoel Lemos como titular e reúne as operações Alphabase, iba, Elemidia, E-commerce e um Fundo de Investimento em Empresas de Tecnologia. A UN de Negócios de assinatura continua sob a liderança de Fernando Costa.

Foi criada uma assessoria editorial à presidência que será ocupada por Edla Müller que seguirá com o trabalho realizado por Thomas Souto Corrêa. Também foi criada uma vice-presidência de operações e gestão que será comandada por Marcelo Bonini.

Resultados positivos

A reestruturação da companhia acontece dois meses depois do anúncio da divulgação de receita líquida de R$ 2,98 bilhões, alcançados em 2012. Já a receita publicitária da empresa foi de R$ 1,03 bilhão no período.

A parte digital da empresa também apresentou números satisfatórios. Os sites da Abril atingiram 59 milhões de internautas no ano passado. O Exame.com teve crescimento de 86% e chegou a 53 milhões de pageviews. Em 2012, a Abril S.A. ainda comprou a participação dos minoritários na Elemidia e passou a ter 100% do negócio.

Giancarlo Civita, que à época da divulgação dos resultados estava no cargo de vice-presidente do Conselho de Administração da companhia, destacou que “mesmo em ano de cenário econômico complicado mantivemos firme a missão de difundir cultura, educação e entretenimento”.

* Com informações do portal G1, portal IG, Portal Imprensa e do jornal O Estado de S. Paulo.