Televisa protesta contra seqüestro de jornalistas


30/07/2010


Em protesto contra ao seqüestro de quatro jornalistas pelo crime organizado, a mexicana Televisa — maior emissora de língua espanhola — ficou fora do ar durante uma hora de transmissão de um programa jornalístico, na noite desta quinta-feira, 29 de julho.
 
Dois dos profissionais seqüestrados trabalham para a Televisa. Um deles já foi libertado. Trata-se de Héctor Gordoa, que informou que seus colegas estavam em boas condições de saúde.
 
O protesto aconteceu na hora do programa “Punto de Partida da Televisa”. Antes de a emissora interromper as transmissões, a âncora Denisse Maerker justificou a medida:
 — Transmitir um programa nessas circunstâncias é impossível e um risco, não apenas para aqueles que permanecem detidos, mas também para todos aqueles para os quais nos dedicamos no exercício jornalístico, afirmou Denisse.
 
Momentos antes — no canal a cabo Miltimeios-Milenio, no qual trabalha outro dos repórteres cinematográficos raptados pelos criminosos —, o âncora do telejornal, Ciro Gómez, também resolveu não apresentar o noticiário em solidariedade aos colegas seqüestrados. Ele conclamou o Governo mexicano a assumir a sua responsabilidade no caso. “Um meio de comunicação não é projetado nem equipado para negociar uma tomada de reféns”, disse o apresentador.
 
Nesta sexta-feira, 30 de julho, a Sociedade Interamericana de Imprensa pediu ao Governo do México que se empenhasse para garantir a vida dos jornalistas que continuam em poder dos seqüestradores. São eles: os câmeras Jaime Canales, da Miltimedios-Milenio; e Alejandro Hernández da Televisa. Além do repórter Oscar Solís, do jornal El Vespertino.
 
O seqüestro
 
Os jornalistas foram seqüestrados na segunda-feira, 26 de julho, no estado de Durango por um grupo criminoso que exige que sejam divulgados três vídeos denunciando a cumplicidade entre autoridades locais e seus inimigos do cartel narcotraficante Zetas.
 
 
Esta é a primeira vez no México que um grupo faz uma exigência aos veículos de imprensa para condicionar a libertação de reféns. Em vários relatórios internacionais, o País é considerado o mais perigoso para o exercício da atividade jornalística no continente americano. Só este ano, já foram registrados nove assassinatos de jornalistas.
 
 
* Com informações da CGN Notícias e agências internacionais.