Caso Barbon vai a julgamento em São Paulo


08/02/2010


Os cinco réus indiciados pelo assassinato do jornalista Luiz Carlos Barbon Filho irão a julgamento no dia 25 de março, às 9h, no 5º Tribunal do Júri de São Paulo. A informação é do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Luiz Carlos Barbon Filho trabalhava para a rádio Porto FM e escrevia para o Jornal do Porto e JC Regional. Ele foi assassinado no dia 5 de maio de 2007, em frente a um bar em Porto Ferreira, interior de São Paulo.

Segundo familiares, o jornalista recebera diversas ameaças antes de morrer. Na época do crime, ele investigava um esquema de roubo de cargas na região de Porto Ferreira que envolvia policiais, autoridades e comerciantes locais. De acordo com as investigações do Ministério Público Estadual (MPE-SP), o assassinato teria ocorrido em represália a reportagens do jornalista sobre as irregularidades.

Barbon foi um dos finalistas do Prêmio Esso de Jornalismo de 2003 por reportagem que denunciava a participação de políticos da região em aliciamento de menores.

Dos cinco indiciados pelo assassinato, quatro são policiais militares: o sargento da PM Edson Luís Ronceiro, os soldados Valnei Bertoni e Paulo César Ronceiro e o capitão Adélcio Carlos Avelino. O comerciante Carlos Alberto da Costa também vai a júri.

Por determinação do promotor do Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (GAECO), Gaspar da Silva Júnior, os PMs estão detidos desde o dia 4 de março de 2008, no Presídio Romão Romes, e o comerciante Alberto da Costa, na Penitenciária de Itirapina.

O grupo irá a júri sob as acusações de homicídio qualificado, tentativa de homicídio e formação de quadrilha. O caso ganhou repercussão internacional, com divulgação da apelo da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), pedindo agilidade no julgamento dos responsáveis pelo assassinato.

Em janeiro de 2009, a viúva do jornalista, Kátia Camargo, entrou para o “Programa de Proteção à Testemunha”, após receber diversas ameaças anônimas. Ela chegou a enviar uma carta para a Anistia Internacional pedindo segurança.