Zé Grande, uma lenda do jornalismo policial


24/01/2012


Morreu no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, aos 80 anos, o repórter policial José Cortes do Santos, o Zé Grande, um dos mais respeitados repórteres do jornalismo policial do País. O corpo do jornalista foi enterrado na tarde desta terça-feira, no cemitério São Francisco Xavier, no Caju.
 
 
Lembrado pelo jornal O Dia — onde trabalhou por mais de 50 anos — como uma lenda da reportagem de polícia, Zé Grande se destacava pela quantidade de fontes de qualidade que tinha, em uma época em que não existiam computadores, celulares, tablets e iPhones.
 
 
A tecnologia era precária e o repórter muitas vezes era obrigado a improvisar para não perder uma boa reportagem. Mas como era muito conhecido, tanto no meio de policiais quanto no de bandidos, Zé Grande tinha sempre um bom assunto para contar, após as suas rondas nas ruas do Rio.
 
 
Com Zé Grande, a notícia muitas vezes era passada para a redação em ligações a cobrar de um orelhão na Avenida Gomes Freire (Centro), perto da Secretaria de Segurança, com informações que geralmente eram destacadas na primeira página do jornal.
 
 
 
Zé Grande foi um apelido dado a José Cortes dos Santos pelo então Governador Chagas Freitas, ex-proprietário de O Dia. Os seus dois metros de altura serviam também para medir a simpatia distribuída entre os colegas de profissão.
 
Reproduzimos o depoimento que o fotógrafo Oswaldo Prado deu sobre o amigo ao Dia Online:
— Nos 30 anos em que trabalhei com o Zé na madrugada, sempre tinha dele uma palavra amiga, um grande incentivador, deixa grandes lições e muitas saudades, disse o fotojornalista.
 
 
Zé Grande ganhou vários prêmios pelas matérias que publicou com exclusividade. Entre os quais o Prêmio Esso de Reportagem pela cobertura da pancadaria da greve na Siderúrgica Nacional de Volta Redonda, em 1987. Suas melhores reportagens policiais também lhe renderam prêmios da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. 

* Com informações do jornal O Dia.