Uma reserva eterna de energia


27/11/2008


Colaboração de Amaury Renaux Leite, jornalista e sócio da ABI

Projeto de geração de eletricidade na Amazônia — sem danos ambientais, sem represamento, sem consumo de gás, diesel, carvão ou urânio.

Geração de eletricidade em uma combinação das águas do Oceano Atlântico com as dos rios que descem da Amazônia na embocadura em torno da Ilha de Marajó.

As águas do oceano abastecem a casa de máquinas e o leito do rio e fazem a vazão no caminho de volta para o oceano.

A energia terá a função e habilidade de manipular as próprias forças da natureza existente nesta conjunção entre o oceano e o rio. Portanto, poder-se-á teoricamente gerá-la em todos os rios de meio e grande porte do globo terrestre que desemboquem nos oceanos e mesmo grandes lagos. As forças da natureza existem e poderão ser utilizadas sem destruí-las e causar graves danos ambientais. O volume e a velocidade de captação das águas do oceano não estão vinculadas ao volume e à velocidade de vazão do rio próximo. O que determina esta relação são os diâmetros, o comprimento e a inclinação, principalmente na fase de captação no oceano.

Existindo a Cordilheira dos Andes, que é impedimento para que a maioria dos rios da Amazônia corra para o Oceano Pacifico, assim temos dezenas de rios de porte médio e grande despejando suas águas no Atlântico. Teríamos nesta gigantesca área toda energia gerada sem represamento artificial e provavelmente abastecendo todos os paises da região, como Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia.

Todos os dias temos exemplos de reação da natureza da destruição pelos homens. Estes dias, no Golfo do México, furacões violentos com ventos de 280 quilômetros destruindo cidades, destruindo navios, matando milhares de seres humanos. No Golfo do México funcionam 400 sondas de forças, a temperatura, as correntes marítimas.

Aconteceu recentemente a concorrência para a construção de uma represa no Rio Tocantins. Apenas as obras visando a minorar o dano ambiental — portanto, a parte complementar — terão um custo de R$ 400.000.000.

A fase A e o caminho das águas do Oceano Atlântico até a casa de máquinas receberão volume gigantesco de águas de forma permanente, independentemente das alterações climáticas. As águas do oceano são represadas pela inclinação da forma esférica do globo terrestre; as alterações de níveis são insignificantes nas fases do baixo-mar e preamar. A construção dentro do oceano já prevê estas diferenças resultantes da rotação da Terra combinada com as fases da lua.

Uma noção de grandeza: a energia disponível em torno da Ilha de Marajó é resultante de parte do Rio Amazonas, seguindo o Estreito de Breves, o Rio Pará e se encontrando com o Rio Tocantins, onde desembocam na Baia de Guajará e seguem para o Atlântico, representando milhões de metros cúbicos por segundo, em uma velocidade que leva incólume o volume gigantesco de água doce a uma distância de 150 quilômetros dentro do oceano.

Este conjunto de forças atinge uma extensão de 220 km no continente, somando os 150 km dentro do mar e uma largura de 50 km, uma força, uma correnteza como não existe nada igual no mundo.

Assim temos uma represa gigantesca chamada Oceano Atlântico, com uma área inundada de 82.217.000 km2, somando a bacia hidrográfica do Rio Amazonas com 7.050.000 km3 de água.

A profundidade média do Oceano Atlântico é de 3.600 metros. O Rio Amazonas tem uma extensão de 6.515 km, profundidade maior de 70 metros e maior largura de 19 km.

É indispensável assimilar as dimensões gigantescas de nosso Pais.

As energias disponíveis desta conjunção de forças não são provisórias, como as reservas de petróleo; são reservas eternas, sem causar danos ambientais e sem consumo de nenhuma espécie de combustível.