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Jornalistas russos mortos na República Centro-Africana


02/08/2018


Jornalistas Orkhan Dzhemal, Kirill Radchenko e Alexander Rastorguyev (Imagem: Reprodução)

Três jornalistas russos foram assassinatos numa emboscada na República Centro-Africana, na noite de segunda-feira. O grupo, que pouco antes do crime partiu da cidade de Sibut rumo a outro destino, estava na estrada quando teve o carro cercado por dez homens armados que abriram fogo contra o veículo.

Kirill Radchenko, Alexander Rastorguyev e Orkhan Dzhemal, que produziam um documentário sobre a ação de paramilitares mercenários no país, morreram imediatamente, segundo o motorista do carro, que conseguiu fugir e comunicou o crime à polícia de Sibut nesta terça. Junto aos corpos dos jornalistas, deixados nas redondezas da cidade, as autoridades locais encontraram credenciais de imprensa e passagens de avião para Moscou.

— De acordo com as explicações do motorista, quando eles estavam a 23 quilômetros de Sibut homens armados saíram do mato e abriram fogo contra o veículo. Os três jornalistas morreram instantaneamente — disse Henri Depele, prefeito de Sibut, cidade a cerca de 200 quilômetros a nordeste da capital, Bangui.

Em comunicado, a Embaixada da Rússia na República Centro-Africana informou que não sabia da presença dos jornalistas no país, acrescentando que Moscou quer “determinar as circunstâncias exatas da morte e organizar o retorno dos seus corpos à Rússia”.

A presença russa é cada vez mais evidente na República Centro-Africana, país que tem sido devastado pela violência de milícias desde que uma rebelião de 2013 derrubou o então presidente François Bozize.

Moscou começou a enviar militares no início deste ano a Bangui e entregou armas ao Exército para garantir a segurança do atual presidente, Faustin-Archange Touadéra. Este, por sua vez, tem pouco controle sobre o país, dominado por milícias que dizem representar comunidades cristãs ou muçulmanas.

O governo de Vladimir Putin obteve autorização da Organização das Nações Unidas (ONU) para vender armas ao regime e também para treinar dois batalhões do Exército, que somam cerca de 1.300 homens.

O Centro de Controle Investigativo (TsUR), uma organização jornalística russa, disse que os jornalistas investigavam as atividades do chamado grupo Wagner, empresa privada que atuaria em missões de combate em nome do Kremlin no Leste da Ucrânia e na Síria.

A imprensa internacional afirma que o grupo vem operando na República Centro-Africana desde que a Rússia começou a enviar armas para o país.

Fonte: O globo