RSF exige fim da censura no Paraguai


29/06/2012


A ONG Repórteres Sem Fronteira (RSF) divulgou comunicado alertando contra as ameaças de censura à imprensa no Paraguai, após os episódios políticos que culminaram no impeachment do presidente Fernando Lugo, em 22 de junho.
 
Em um dos trechos do documento, a RSF afirma que “no caso de uma grave situação política como esta, as informações e o seu controle representam desafio crucial. O precedente hondurenho justifica a nossa vigilância. A discussão sobre a política paraguaia não deverá ser prejudicada especialmente nos meios de comunicação do país, vetores de um verdadeiro pluralismo. Os cidadãos paraguaios têm direito a toda a verdade.   
 
Fundada em 15 de agosto de 2011 por Fernando Lugo, a TV Pública é o primeiro canal do gênero no país.  Segundo a RSF, na noite de 22 de junho, Christian Vazquez, Diretor de Comunicação do novo governo, esteve na sede da emissora e exigiu que a transmissão de programas fosse suspensa. O caso foi relatado pelo jornalista Andrew Colman, presidente do Fórum Permanente de Jornalistas do Paraguai(Fopep).   
 
-O diretor da TV Pública, Marcelo Martinessi, deixou o cargo juntamente com outros dirigentes do canal em função dos recentes acontecimentos políticos. Ao longo de sua gestão, ele conseguiu desenvolver um tom crítico na emissora e manteve independência da administração Lugo. A presença de Christian Vasquez na sede da TV revelou uma ameaça, um momento de embaraço e confusão, disse Maria Clara Mernes, da ONG Centro de Informação e Recursos para o Desenvolvimento.
 
-O novo governo percebeu que a reação do público ao impeachment se intensificou. Os funcionários do canal começaram a ocupar as instalações, assim como a população deu início à vigília em frente à sede da emissora. O sinal de transmissão chegou a ser cortado por 25 minutos, mas a Administração Nacional de Eletricidade(Ande) teria alegado falha técnica, afirmou André Colman.
 
*Com informações da RSF.