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Promotoria turca pede prisão perpétua para jornalistas


27/01/2016


turcos

Can Dundar e Erdem Gül, podem cumprir prisão perpétua

A Promotoria turca pediu prisão perpétua para dois jornalistas do jornal opositor turco Cumhuriyet por “espionagem político e militar” e “apoiar uma organização terrorista”, informou nesta quarta-feira a agência de notícias Dogan.

Can Dundar, editor-chefe do Cumhuriyet, e Erdem Gül, chefe de redação do jornal em Ancara, estão em prisão preventiva desde o final de novembro.

Os dois foram denunciados e detidos após divulgação de um vídeo onde se via caminhões do MIT (Organização Nacional de Inteligência), os serviços secretos turcos, carregados de armas destinadas aos islamitas sírios. Eles são acusados pela publicação de uma matéria em 29 de maio de 2015 sobre a suposta entrega de armas a milícias sírias que lutam contra o presidente da Síria, Bashar al Assad.

Na época em que foram detidos, o presidente islâmico-conservador turco, Recep Tayyip Erdogan, que nega categoricamente apoiar militarmente os movimentos extremistas que combatem o regime do presidente Bashar Al-Assad, apresentou pessoalmente um processo contra Dündar e prometeu publicamente durante uma entrevista à televisão que “não sairá salvo (…) pagará um preço muito alto”.

A Human Rights Watch (HRW) criticou hoje em seu relatório anual a repressão de ativistas e veículos de comunicação críticos ao governo. “Ainda não está claro de que acusam Dündar e Gül. O que está claro é que, ao publicar esta notícia (sobre o transporte de armas), simplesmente faziam seu trabalho como jornalistas. Qualquer jornalista teria publicado esta história, e o público tem direito de conhecê-la”, disse hoje Emma Sinclair-Webb, investigadora da entidade na Turquia.