11/11/2014
Um dos suspeitos de agredir o repórter Henrique Soares, do portal G1, no início da tarde da última segunda-feira, 10 de novembro, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, foi preso em flagrante pela Polícia Civil. Segundo a 45ª DP (Complexo do Alemão), Robson Corrêa Barreto, de 20 anos, é acusado dos crimes de sequestro e cárcere privado qualificado, lesão corporal grave e furto qualificado.
Na delegacia, onde prestou depoimento acompanhado de advogados, o jornalista reconheceu o agressor. Além dele, outros três suspeitos ainda estão sendo procurados pela polícia. No início da noite, o repórter seguiu para o Instituto Médico-Legal (IML), onde fará exame de corpo de delito.
De acordo com o G1, Henrique foi feito refém por volta de meio-dia, durante a apuração de uma reportagem na Avenida Itaoca, em Bonsucesso, via que dá acesso a vários pontos do conjunto de favelas. Ele só foi liberado depois de 40 minutos, período em que foi agredido na cabeça e nos braços com um pedaço de pau, levou uma coronhada e teve celular e relógio roubados.
Ainda segundo o portal, o jornalista estava preparando uma reportagem sobre falta de moradias e invasões de terrenos e áreas abandonadas no Rio. Ao chegar ao local, uma fábrica invadida, um representante da associação de moradores disse que haveria uma operação policial e que não seria um bom dia para conversar.
O repórter decidiu ir embora, mas, no caminho, foi abordado por dois homens e levado para dentro de um galpão, onde ocorreram as agressões. Os bandidos teriam suspeitado que Henrique era um policial. Ele só foi liberado após a aproximação da polícia, quando representantes da associação de moradores confirmaram se tratar de um jornalista. A PM chegou a invadir o galpão e os criminosos tentaram fugir. Robson Corrêa Barreto foi capturado.
Com ferimentos leves na cabeça e nos braços, o repórter foi levado primeiramente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Nova Brasília, no próprio Complexo do Alemão. Depois, foi transferido para um hospital particular na Zona Norte.
O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, “determinou empenho e celeridade na identificação e prisão dos responsáveis pela agressão”. A nota enviada pela Secretaria estadual de Segurança (Seseg) informa ainda que a pasta “considera inadmissível qualquer ameaça à liberdade de imprensa”.
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro manifestaram seu repúdio pela ação.
Troca de tiros
O tiroteio no Alemão ocorreu no fim da manhã de segunda-feira e interrompeu por mais de uma hora o funcionamento do teleférico do conjunto de favelas. De acordo com a SuperVia, a suspensão foi adotada para garantir a segurança dos usuários e se deu entre 11h35 e 12h45.
A CPP (Coordenadoria de Polícia Pacificadora) informou que o tiroteio na favela ocorreu depois que policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadra) em patrulhamento foram atacados a tiros por criminosos, na localidade conhecida como Inferno Verde. Os bandidos conseguiram fugir. A segurança foi reforçada na comunidade. Segundo a SuperVia, por dia, cerca de 12 mil pessoas utilizam o teleférico do Alemão.
* Com informações de O Globo, Veja e Portal R7.