Pagê promete fazer da ABI trincheira pela democracia


27/06/2019


As urnas mostraram a escolha da categoria por uma fase da ABI (Imagem: Reprodução)

Em votação histórica- com a participação de 390 sócios, o maior quórum dos últimos anos – a Chapa 2 – ABI: Luta pela Democracia conquistou, nesta sexta-feira, 27/06,  56,6% dos votos e comandará a centenária Associação Brasileira de Imprensa (ABI) até 2022.

Ex-vice-presidente da entidade até dia 13 de maio, o jornalista Paulo Jerônimo de Sousa, o Pagê, de 81 anos, venceu com 221 votos Domingos Meirelles, 79, que dirigia a ‘Casa do Jornalista’ desde 2013.

Com a Chapa 1 – ABI Para Todos, Meirelles teve 97 votos. Washington Machado, que disputava a presidência pela chapa 3 – Barbosa Lima Sobrinho, recebeu 68 votos e ficou em terceiro lugar.

A eleição na ABI foi marcada por disputas judiciais que começaram antes de iniciado o processo eleitoral, em fevereiro deste ano, para que a oposição obtivesse a relação de sócios da entidade.

Inicialmente marcada para 26 de abril, um primeiro pleito ocorreu somente em 16 de maio, mas até hoje os 256 votos depositados naquele dia estão acautelados judicialmente.

Em meio às várias batalhas  judiciais, a campanha da chapa 2 teve como principal mote a defesa da democracia e da liberdade de imprensa, sob ameaça no atual governo.

A chapa comandada por Pagê, que tem como vice-presidente Cid Benjamin, promete resgatar o papel que a ABI sempre teve junto à sociedade brasileira:

“O objetivo da chapa vencedora é resgatar o protagonismo da ABI, que nos últimos anos se viu desprestigiada como nunca havia acontecido nos seus 111 anos de existência. Nossa primeira providência será promover as antigas parcerias com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Clube de Engenharia, incorporando novas entidades da sociedade civil como Associação Brasileira dos Juristas pela Democracia (ABJD) e Associação Juízes para a Democracia (AJD).

Pagê anuncia ainda a intransigente defesa que a ABI protagonizará em torno da liberdade de imprensa e do respeito ao trabalho do jornalista. Com esse objetivo, ele diz que a nova diretoria irá buscar um trabalho conjunto com entidades tradicionais da categoria, como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), os diversos sindicatos da categoria, a Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Artigo 19 e o Instituto Vladimir Herzog.

“Buscaremos essas parcerias para criar uma verdadeira trincheira em defesa da democracia e da liberdade de imprensa, ambas bastante ameaçadas atualmente”.