Movimento quer que Governador cancele leilão


23/01/2009


                                Jorge Nunes

                                             Paulo Goulart

Por proposta do ator Paulo Goulart intelectuais, artistas e jornalistas reunidos no Teatro Casa Grande, nesta quinta-feira, dia 22, decidiram pleitear do Governador Sérgio Cabral Filho uma audiência especial para lhe expor a preocupação da área cultural do estado, diante do anunciado leilão do espaço destinado ao centro cultural no Shopping Leblon e descumprimento da lei estadual que atribuiu aquele espaço à atividade do Instituto Cultural Casa Grande.

Para integrar a comissão foram aprovados desde logo os nomes do próprio Paulo Goulart, da atriz Nicete Bruno, do ator Edwin Luisi, dos compositores Hermínio Bello de Carvalho, Tim Rescala e Sérgio Ricardo, do cantor Jorge Goulart, do maestro Edino Krieger, da cineasta Eunice Gutman, do diretor teatral Aderbal Freire Filho, do ex-Senador Saturnino Braga e dos Vereadores Aspásia Camargo (PV) e Eliomar Coelho (PSOL).

Ao abrir a reunião a que compareceram mais de cem pessoas, o diretor do teatro Casa Grande Moysés Ajhaenblat, relatou que a decisão de criação do Centro Cultural Casa Grande fpoi decidida após tormentosa tramitação no Governo do estão do Rio, pois foi proposta em projeto de lei enviado à Alerj, pelo então Governador Moreira Franco e reavaliada no Governo Leonel Brizola, que solicitou o retorno do projeto ao Poder Executivo, em razão de postulação apresentada pela Fundação Cultural Shopping Leblon, o que criava um conflito para uma decisão oficial a respeito.

Após estudos iniciados pro determinação do Governador Leonel Brizola, que se afastou do cargo para concorrer à Presidência da República, em 1997, seu sucessor Governador Nilo Batista enviou nova mensagem à Alerj, que aprovou a proposição por ele sancionada.

Das gestões para a implantação do Centro Cultural Casa Grande participaram o Prefeito Luiz Paulo Conde e o seu Secretário de Urbanismo, Luiz Paulo Correia da Rocha, que aprovaram o projeto de construção do Shopping Leblon do qual constava o espaço destinado à implantação do Centro Cultural Casa Grande.

Dificuldade

Informou Moysés Ajhaenblat que uma das dificuldades pelo cumprimento da lei é a posição da Secretária de Estado de Cultura Adriana Rattes: “O estado não tem condições de implantar o centro cultural”.

A reunião foi realizada no hall de acesso do Teatro Casa Grande, no chamado foyer, porque a direção do Shopping Leblon não permitiu que os convidados para o encontro conhecessem as dependências destinadas ao centro cultural dentro da programação intitulada “Visita ao Centro Cultural Casa Grande”.

Durante a reunião foi lida uma mensagem do Ministro do Meio ambiente Carlos Minc, de apoio ao movimento em defesa da criação do Centro Cultural Casa Grande.

Participaram do encontro inúmeros sócios da ABI, entre os quais Ana arruda Callado, Carlos Alberto Caó, Fichel David Chargel, Jorge Nunes, Jorge Roberto Martins, Lílian Nabuco, Manolo Epelbaum, Maria Ignes Duque Estrada, Mário Augusto Jacobskind, Marlene Custódio, Mary Ventura, Nilo Braga e Vitor Iório. Estavam presentes também os jornalistas Beth Costa, ex-Presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), e Mário Rodrigues Neto.

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 Maurício levou o apoio da ABI ao movimento

Ao se pronunciar na reunião o Presidente da ABI, Maurício Azêdo, estranhou o comportamento da Secretária de Cultura, Adriana Rattes,que teve um papel destacado no movimento cultural nos anos 70 e 80, como atuante integrante no cineclubismo e posteriormente como criadora de cinemas de forte preocupação cultural a começar pelo Grupo Estação Botafogo de que foi uma das fundadoras.

Disse Maurício que Adriana Rattes lembra um personagem de um conto do escritor húngaro Ferenc Mólnar traduzido para o português pelo escritor Paulo Rónai. No conto, o personagem está no ponto do ônibus e protesta quando estes passam superlotados e os passageiros amontoados junto à porta não o deixam entrar; depois ele consegue entrar no ônibus e aí é ele quem veda a entrada das pessoas que estão à espera no ponto do ônibus.