Missa em memória do compositor Delcio Carvalho será celebrada dia 20


Por Igor Waltz*

14/11/2013


Delcio escreveu obras primas do samba carioca, principalmente ao lado de Dona Ivone Lara. (Crédito: Henrique Sodré)

Delcio escreveu obras primas do samba carioca, principalmente ao lado de Dona Ivone Lara. (Crédito: Henrique Sodré)

Será realizada na próxima quarta-feira, 20 de novembro, a missa de sétimo dia do sambista e compositor Delcio Carvalho. A cerimônia acontece na Igreja de Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado, Zona Sul do Rio, às 17h. O melodista foi enterrado na última terça-feira, 12 de novembro, no Cemitério do Irajá.

Carvalho, de 74 anos, morreu na terça-feira, pela manhã, vítima de câncer gástrico. O músico, conhecido por suas parcerias com artistas como Zé Kéti, Nei Lopes, Wilson das Neves e Dona Ivone Lara, com quem produziu clássicos como “Sonho Meu”, “Acreditar” e “Sorriso de Criança”, estava internado desde o dia 18 de outubro, no Hospital São Lucas, na Zona Sul do Rio.

Ele deixa esposa, Sylvia de Souza Carvalho, e filha, Sueli Souza Carvalho.

Biografia

Nascido em 1939, em Campos, no Norte Fluminense, Delcio era filho de um saxofonista e de uma costureira que fazia roupas para blocos de Carnaval. Iniciou na música cantando em bailes e na orquestra de Cícero Ferreira, conhecida na região. Em 1956, mudou-se para o Rio, onde participou de programas de calouros, além de se apresentar em muitos bailes e casas noturnas da cidade.

Sua primeira música gravada, na voz da cantora Christiane, foi “Pingo de Felicidade”, parceria com Dias Soares, em 1968. Pouco depois, formou o conjunto Lá Vai Samba, que acabou sem registrar nenhum disco. Na década de 1970, ingressou na Ala de Compositores da Imperatriz Leopoldinense.

Além de Dona Ivone Lara, Delcio foi gravado por cantores como Elizeth Cardoso (“Serenou”, “Minha Verdade”), Roberto Ribeiro (“Vem Raiando o Dia”), Elza Soares (“Lá Vou Eu”), Alcione (“Vendaval da Vida”) e Miltinho (“Esperanças Perdidas”). Clássicos como “Sonho Meu” ganharam vozes como as de Maria Bethânia, Gal Costa e Clementina de Jesus.

Apesar da importante obra como compositor, sua discografia é esparsa. A estreia foi com Canto de um Povo (1979), que foi sucedido quase duas décadas depois por Afinal (1996). Depois vieram A Lua e o Conhaque (2000), Profissão Compositor (2006) e o box com três discos “Inédito e Eterno” (2007), com 40 faixas inéditas que mostravam uma faceta diferente do artista.

“Essa facilidade de compor amplia meu universo e me permitiu letrar uma valsa de Capiba, O Amor que Encanta, e musicar os versos de Passa-Passa, de Cacaso”, disse Delcio na época do lançamento.

Depois, lançou ainda o disco Dois Compromissos (2013), uma parceria com o violonista Marcelo Guima, financiado pelos próprios fãs.

*Com informações de O Globo.