ABI participa de manifestação a favor da Petrobras


Por Cláudia Souza*

28/05/2014


Cerca de 300 pessoas participaram, no início da tarde desta quarta-feira, 28, do ato público “A Petrobras é nossa”, em frente ao edifício-sede da estatal, no Centro do Rio. Representaram a ABI os jornalistas Alfredo Marques Vianna e Milton Coelho da Graça. Ex-presidentes da União Nacional dos Estudantes (UNE) prestigiaram o evento, entre os quais José Frejat, 90 anos, um dos fundadores da campanha “O Petróleo é Nosso”, em 1952; Raimundo Eirado, que esteve à frente da UNE em 1958; João Pessoa de Albuquerque, que presidiu a entidade em 1955, e Arnaldo Murter, integrante da direção da UNE em 1959.

O evento contou ainda com a presença de integrantes de dezenas de entidades, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), a Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), o Clube de Engenharia, além de representantes de movimentos sociais, ex-funcionários da Petrobras e trabalhadores da estatal, que exigiram em manifesto a punição aos funcionários corruptos e a identificação das empresas beneficiadas por supostos desvios de recursos da petroleira.Os manifestantes uniram-se em um abraço simbólico em frente ao edifício da Petrobras, localizado na Avenida República do Chile.

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Alfredo Marques Vianna defende a Petrobras

Irregularidades

Em seu discurso, Alfredo Marques Vianna destacou o empenho das antigas gerações da UNE na campanha em defesa do petróleo nacional:
— Apesar da chuva e da greve dos rodoviários que está tumultuando a rotina da cidade, estamos aqui reunidos em defesa da Petrobras, para protestar contra a utilização da empresa a nível político, seja da parte do governo ou da oposição, para exigir que as irregularidades apontadas pela imprensa sejam esclarecidas e culpados punidos.
O jornalista e empresário, que presidiu a União Metropolitana dos Estudantes (UME) em 1959 e 1960, e foi Conselheiro e Diretor Financeiro da ABI na gestão de Barbosa Lima Sobrinho, ressaltou o papel da Associação e da UNE na conquista da soberania nacional na área petrolífera.
— Interesses internacionais esforçaram-se para que a Petrobras não fosse criada com o monopólio estatal de extração de petróleo, o refino e outros derivados. Os estudantes brasileiros, à época, foram às ruas para iniciar a campanha “O Petróleo é Nosso”, sob a liderança de então presidente da UNE, José Frejat, aqui presente. Foram montadas torres de petróleo no Largo da Carioca e o movimento dos estudantes tomou conta do País. Foi sempre uma tradição da UNE, até o golpe de 1964, lutar pela manutenção do monopólio estatal do petróleo. O próprio presidente Getúlio Vargas afirmou: “Quem entrega o seu petróleo, está abrindo mão da sua soberania.

José Frejat discursa durante o ato público

José Frejat discursa durante o ato público

Com a autorização o presidente da ABI, Tarcísio Holanda, eu e o colega Milton Coelho da Graça, estamos assinando este manifesto como representantes da Casa do Jornalista.

O conselheiro de administração da Petrobras, Silvio Sinedino, representante dos trabalhadores da companhia, classificou as recentes denúncias contra a empresa como “eleitoreiras”: “É um problema político. Acredito que os casos de corrupção não podem ser usados para destruir a empresa, como tem acontecido. Os responsáveis são aqueles que colocaram esses diretores lá, que endossaram essas indicações.”

Emanuel Cancella, secretário geral do Sindipetro e da Federação Nacional do Petróleo (FNP), afirmou que “a sociedade sabe o nome do diretor corrupto da Petrobras, mas não desconhece as empresas corruptoras.”
— A vontade expressa dos petroleiros é que todos corruptos e corruptores têm de ir para a cadeia.

Fotos: Raul Azêdo/ABI

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