Libertada jornalista chinesa, presa por ajudar colega alemã Angela Koeckritz


Por Claudia Sanches

10/07/2015


freemiau

A Jornalista chinesa, Zhang Miao, assistente numa reportagem sobre os protestos pró-democracia em Hong Kong para o jornal alemão “Die Zeit”, foi libertada após nove meses de detenção, confirmou a Agência France Press (AFP). A repórter foi detida em outubro em Pequim dias depois de voltar de Hong Kong, onde tinha estado em reportagem.

A sua detenção expôs os riscos a que estão sujeitos os cidadãos chineses que trabalham para a imprensa estrangeira na China, que frequentemente são objeto do assédio por parte as autoridades.

Zhang, que trabalhou para o semanário “Die Zeit”, com sede em Hamburgo, disse, por telefone, à AFP que estava “bem” e num ônibus a caminho de casa, horas depois de ter sido libertada. No entanto, o irmão de Zhang e um amigo da família disseram que as autoridades prenderam o advogado da jornalista esta manhã, Zhou Shifeng.

Um amigo, que testemunhou ao detenção em um hotel da capital, disse que “três pessoas levaram Zhou e cobriram-lhe a cabeça.

Angela Koeckritz, antiga correspondente do “Die Zeit” em Pequim, escreveu em janeiro que tinha deixado a China por causa das pressões oficiais e repetidos interrogatórios que se seguiram à detenção de Zhang.

A jornalista alemã disse que as autoridades detiveram Zhang pouco depois de ela ter assistido a uma pequena sessão de leitura de poemas em Pequim, em solidariedade para com os ativistas pró-democracia em Hong Kong.

— Vi minha amiga e assistente Zhang Miao pela última no dia 1º de outubro de 2014. Eram 9h quando ela bateu na porta de meu quarto de hotel em Hong Kong. Eu ainda estava de pijama. Tínhamos estado na rua até tarde da noite, fazendo uma reportagem sobre os protestos do movimento Occupy Central. Miao estava voltando a Pequim, mas eu queria ficar mais em Hong Kong. Nos abraçamos. “Cuide-se”, falei. “Pode deixar”, ela me disse com um sorriso. “Você também. Em todo caso, vamos nos ver de novo em breve”.

Grupos de defesa dos Direitos Humanos disseram na altura que dezenas de pessoas foram detidas na China por expressarem apoio às manifestações.

A China controla rigidamente a sua imprensa nacional, e impede os seus cidadãos de trabalharem como jornalistas para publicações estrangeiras, embora seja permitido darem apoio, como assistentes, a trabalhos jornalísticos.