Filme sobre a ditadura é exibido na ABI


26/10/2010


A ABI exibiu nesta terça-feira, 26 de outubro, o documentário “Perdão Mister Fiel”, do jornalista Jorge Oliveira, que mostra a história do operário Manoel Fiel Filho, morto após ser torturado pelo regime militar, em 1976. O filme tenta resgatar a memória daqueles que lutaram contra a ditadura e foram vítimas de incontáveis sessões de tortura e assassinatos neste período sombrio da história brasileira.
 
 
A obra contém ainda depoimentos de familiares, autores de livros sobre a ditadura, estudiosos e de políticos que viveram na época, como o Presidente Luís Inácio Lula da Silva e o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso. Estiveram presentes na sessão Conselheiros da ABI e membros da Diretoria, além do Presidente Maurício Azêdo.
 
 
O Presidente do Conselho Deliberativo da ABI, Pery Cotta, fala sobre a necessidade de conscientizar as novas gerações sobre as atrocidades cometidas no período ditatorial:
 — A vontade que a gente tem é de gritar, mostrar esse filme, porque as novas gerações não têm a menor ideia do que ocorreu.
 
O Conselheiro Sérgio Caldieri também reforça o pensamento de reavivar a memória dos que lutaram contra o regime militar:
— Houve uma anistia e as pessoas acham que se deve passar uma borracha. Ninguém deve esquecer, porque eles sofreram muito. Foram 670 mil mortos nas ditaduras do Brasil, Chile e Argentina, e isso não se deve jamais cair no esquecimento.
 
O também Conselheiro Orpheu Santos Salles, jornalista há mais de 70 anos, e membro da ABI há seis décadas, conta um pouco de sua experiência nas mãos dos militares:
— Eu passei uma temporada grande em um navio, e o que eu passei lá não me sai da cabeça, pelos que morreram naquela embarcação. Até hoje eu me recuso a pedir anistia, porque uma indenização não vai pagar o que eu sofri.