Estadão recebe candidato do PMDB na ABI


25/08/2008


Realizada no Auditório Oscar Guanabarino, no 9º andar do edifício-sede da ABI, a sabatina do jornal O Estado de S.Paulo com os candidatos a Prefeito da cidade do Rio de Janeiro concedeu a oportunidade de explanar seus planos de Governo ao candidato do PMDB, Eduardo Paes. Os entrevistadores foram os jornalistas Marcelo Beraba, Diretor da sucursal Rio do Estadão e mediador do encontro; Irany Tereza, editora regional da Agência Estado; e Wilson Tosta, repórter do Estadão no Rio.

O Deputado disse compreender que o Prefeito é o principal agente da promoção social:
— Temos hoje uma população massacrada, desrespeitada, precária de seus direitos básicos. Por isso, concentrarei meus esforços na área de saúde. Arcarei com o papel de “prefeito-síndico”, ou dona de casa, que interfere nas questões do cotidiano, como limpeza, iluminação e conservação das praças.

Para tal, ele conta com o auxílio dos Governos estadual e federal:
— A população tem o direito de ser assistida, e não de assistir a brigas entre os governantes escolhidos pelo voto popular para representar o povo. Vou pedir ajuda incessante para melhor combater a violência, os surtos de doenças… Não se pode recusar a ajuda das Secretarias de Saúde estadual e federal num caso como o do combate à epidemia de dengue que provocou 81 mortes este ano. É preciso acabar com os conflitos entre os Poderes, porque a união faz a força.

Eduardo Paes também pretende implementar o Programa Saúde da Família, prometendo levá-lo a todas as comunidades carentes. Disse ainda que pretende tornar integral o horário de atendimento nos postos de saúde, dividindo-o em três turnos; implantar cinco novas unidades de UPA e reformar as 40 já ativas, num investimento de R$ 1 milhão por unidade e de aproximados R$ 50 mil por mês; e criar uma agência metropolitana de saúde, com uma central de regulação de leitos e equipamentos.

Aprovação automática

Contra o sistema de aprovação automática, promulgado através da resolução 946 da Prefeitura carioca, Eduardo Paes afirmou que implantará o reforço escolar em todas as séries do ensino fundamental do município:
— A permanência do estudante na escola se dará, por exemplo, com a prática de esportes nas dependências do próprio local de ensino ou em clubes associados por meio de carta de convênio — há vários espaços do tipo, nos subúrbios, que não são utilizados em sua totalidade e têm débitos com a Prefeitura. O esporte é uma atividade econômica que deve ser incentivada, por gerar empregos, riquezas e atletas talentosos. Isso oferecerá uma nova perspectiva de vida para as crianças e os jovens, que se afastarão do caminho do crime.

Quanto à segurança, ele afirma que não acatará “o jogo de empurra que há entre os governos”:
— O Prefeito pode colaborar na segurança pública. Um exemplo é quando assume o papel de “prefeito-síndico” e faz a manutenção da iluminação das ruas e praças. Vê-se a influência da iluminação na segurança na Praça das Nações, em Bonsucesso. Uma vez passei por lá e estava escura, deserta, e até sofri uma tentativa de assalto. No último período próximo às eleições, voltei lá e vi que estava bem iluminada, movimentada, com crianças, idosos e casais de namorados. Senti-me mais seguro.

O dever do Prefeito, diz o Deputado, é combater os pequenos delitos, garantindo a ordem na cidade:
— Como agente da promoção social, a Prefeitura deve tornar acessível o serviço de assistência às comunidades carentes, uma medida profilática contra a prática criminosa desde sempre. A Guarda Municipal deve estar presente no combate a esses crimes, fazendo um policiamento ostensivo, para que a Polícia Militar possa ter mais tempo para se preparar.

Reurbanização

Reurbanizar a área da Avenida Brasil é outro projeto de Eduardo Paes:
— Pretendo eliminar a cobrança de IPTU na região e reduzir, ou até suprimir, a taxa de ISS para empresas de telemarketing que se instalarem nos galpões à margem da via, que hoje é um deserto econômico.

Em relação ao sistema de transportes, o Deputado não se estendeu muito. Sobre o transporte alternativo, defendeu sua legalização “nas regiões onde o serviço se faz necessário, com a obtenção de uma licença pelo motorista, que pagaria uma taxa pela manutenção do título”. Com relação à construção do Corredor 5, que ligaria Jacarepaguá à Zona Norte, disse que faria esta conexão através do VLT (Veículo Leve de Transporte).

O candidato terminou a sabatina declarando:
— Pretendo representar uma geração política que preze pelo Rio de Janeiro, reconheça as aspirações da cidade e lute por elas.

Nesta terça-feira, 26, o convidado do Estadão é o candidato Fernando Gabeira, do PV.