Erir Ribeiro é o novo comandante da PM


29/09/2011


O Secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, nomeou, na tarde desta quinta-feira, 29, o coronel Erir Ribeiro da Costa Filho como o novo comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro; a coronel Kátia Boaventura para o cargo de subcomandante administrativa, e o coronel Alberto Pinheiro Neto, como subcomandante operacional, no lugar do coronel Álvaro Garcia, que estava exercendo interinamente o comando da corporação.
 
O coronel Erir da Costa Filho estava à frente do Centro de Comando e Controle da Secretaria de Segurança. Em 2003, ele chegou a ser exonerado após acusar o Deputado estadual Chiquinho da Mangueira (PMDB) de pedir uma trégua no combate ao tráfico de drogas na comunidade. Em 2007, após quatro anos em funções administrativas, Erir da Costa Filho assumiu, em 2007, o comando do Batalhão de Choque. Em julho de 2009, passou para o 2º Comando de Policiamento de Área, na Zona Oeste.
 
-Os PMs já me conhecem. Faremos o melhor para estimular a corporação. É bom assumir em crise, pois o crescimento vem da crise. Para se comandar uma unidade, claro que vamos ter que saber tudo dos futuros comandantes e a corregedoria vai ter que ser pró-ativa e a pró-atividade vai ter que vir de cima para baixo. Nós vamos tentar melhorar a instituição com os líderes. Os líderes têm que dar o exemplo.
nbsp;
Kátia Boaventura tem 28 anos de PM e comandava a Academia da Polícia Militar. Alberto Pinheiro Neto, de 47 anos, comandou o Batalhão de Operações Especiais (Bope) em 2007, e foi promovido a coronel em 2009.
 
O ex-comandante-geral da PM, coronel Mario Sergio Duarte encaminhou o seu pedido de exoneração na noite desta quarta-feira, 28, à Secretaria de Segurança, dois dias depois da prisão do tenente-coronel Claudio Luis Oliveira, ex-comandante do 7º BPM (São Gonçalo), suspeito de ser o mandante do assassinato da Juíza Patrícia Acioli. Mario Sergio Duarte está hospitalizado se recuperando de uma cirurgia na próstata.
 
Em nota, a Secretaria de Segurança informou que o ex-comandante da PM reconheceu “o equívoco” de ter nomeado o tenente-coronel Cláudio para o 7º BPM (São Gonçalo), o primeiro cargo de comando dado ao oficial, que está preso desde quarta-feira, 28, em Bangu 1 com outros sete PMs.
 
“Sobre o caso particular que me impõe esta decisão, o indiciamento do tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira no homicídio da juíza Patrícia Acioli, e sua consequente prisão temporária, devo esclarecer à população do Estado do Rio de Janeiro que a escolha do seu nome, como o de cada um que comanda unidades da PM, não pode ser atribuída a nenhuma pessoa a não ser a mim”, escreveu Mário Sérgio.
 
O Juiz Petersen Barroso Simão, da 3ª Vara Criminal de Niterói, decretou a prisão temporária por 30 dias do soldado PM Handerson Lents Henriques da Silva, acusado de participar do assassinato da juíza Patrícia Acioli. De acordo com o pedido de prisão encaminhado ao Ministério Público pelo Delegado titular da Divisão de Homicídios, Felipe Ettore, na tarde desta quinta-feira, 29, o soldado Lents teve participação efetiva no crime ao indicar o endereço da juíza aos executores.
 
O envolvimento do PM no crime vinha sendo investigando por policiais da Delegacia de Homicídios e por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O nome do PM foi apontado pelo cabo que recorreu à delação premiada em troca de proteção e redução da pena. Segundo o depoimento, o soldado Lents, do batalhão de São Gonçalo (7º BPM), teria revelado o endereço da juíza Patrícia Acioli, colaborando com o assassinato, quando ainda estava lotado no 12º BPM (Niterói).
 
Os policiais da Delegacia de Homicídios também estão investigando informações sobre os deslocamentos de viaturas dos batalhões de São Gonçalo e Niterói no dia do crime. Os veículos foram rastreados pelo GPS.
 
Manifestação
 
Nesta quinta-feira, 29, quando se comemora o Dia do Policial,
cerca de 200 policiais civis fizeram um protesto nas ruas do Centro do Rio, para reivindicar melhores condições salariais e de trabalho.
 
A ONG Rio de Paz homenageou a categoria com um ato público entre as avenidas Nossa Senhora de Copacabana e Princesa Isabel, em Copacabana, onde foram instalados painéis com os nomes dos 70 policiais civis mortos entre 2007 e 2011.
 
-Estamos começando o processo de integração com a sociedade civil, e queremos colocar em discussão este problema dos policiais, que não têm reconhecimento, disse o Presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Carlos Gadelha, que participou da homenagem.

*Com O Globo, O Dia.