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Edições digitais continuam
a crescer em 2017


08/08/2017


Os veículos jornalísticos mais tradicionais do Brasil ganharam 88 mil novos assinantes digitais em 2016. Já as edições impressas tiveram grandes perdas no ano passado: uma queda de 162 mil exemplares na tiragem média diária.

O site Poder360 analisou 11 grandes jornais diários.

No início de 2017, considerando janeiro e fevereiro, essas 11 publicações tinham juntas 891 mil exemplares impressos (média diária) e 588 mil assinantes digitais. Em janeiro de 2015, há 2 anos, os números eram 1,3 milhão e 532 mil, respectivamente.

O jornal que apresenta números mais positivos no mundo digital é a Folha de S.Paulo. Suas assinaturas online em fevereiro (171 mil) superam com folga os exemplares impressos (143 mil).

Ocorreu algo oposto em O Globo. O diário do Rio terminou dezembro de 2016 com 156 mil cópias impressas e 151 mil assinaturas digitais. Agora, essas cifras recuaram para 149 mil e 92 mil, respectivamente. O Poder360 checou no IVC (Instituto Verificador de Circulação) e os dados estão corretos. É possível que o Globo tenha feito algum expurgo na sua base de assinantes digitais. É comum os jornais adotarem essa prática de tempos em tempos, eliminando assinantes que continuam tendo acesso mesmo depois de interromperem o pagamento.

Embora as assinaturas digitais cresçam e as impressas encolham, uma coisa muitas vezes não compensa a outra. Basta observar e comparar o valor mensal de cada modalidade de assinatura:

Valor:
digital: R$ 42,90
impresso + digital: R$ 74,20

Folha de S.Paulo
digital: R$ 29,90
impresso: R$ 50,90

Estadão
impresso + digital: R$ 52,90
[não oferece no site opção apenas impressa]

O Globo
impresso + digital – R$ 59,90
[não oferece no site opção apenas impressa]

Correio Braziliense
impresso + digital + Caras – R$ 68,88
[não oferece no site opção apenas impressa]

Como é possível constatar nesses 5 exemplos acima, o único jornal que continua a oferecer plano de assinatura apenas impressa é a Folha de S.Paulo.

Quando se faz as contas é possível notar que mesmo os maiores jornais continuam em dificuldades para rentabilizar a operação de venda de exemplares impressos ou assinaturas digitais.

Tome-se a Folha de S.Paulo como exemplo. Em 2016, esse jornal perdeu 29.779 cópias de sua tiragem impressa. Ganhou 32.717 assinantes digitais. O saldo é positivo de 2.938, mas os leitores que pagam para ler on-line desembolsam muito menos dinheiro.

Outro diário paulista, o Estadão, tem situação ainda mais dramática. Terminou 2016 com 22.307 exemplares impressos a menos em sua circulação. No mesmo período, conquistou apenas 12.313 leitores digitais. Ou seja, ficou com 1 déficit de 9.994.

Os veículos do Grupo Diários Associados enfrentam dificuldades. Correio Braziliense e Estado de Minas reduziram suas tiragens impressas e perderam ao mesmo tempo assinantes digitais.”

Segundo o jornalista Vítor Conceição, da startup Canal Meio, esses números representam uma transição do mercado do impresso para o digital.

 “Discutimos muito sobre isso internamente (na startup Canal Meio) e temos uma visão bastante clara dessa transição. É importante lembrar que, para os veículos tradicionais, seu produto é notícia, não papel impresso, e os jornais brasileiros estão cada um, a seu tempo, fazendo essa transição para o Digital. Mas o produto impresso virou um produto de nicho, a atenção dos leitores já está no digital e a verba de publicidade está correndo atrás (*). O que segura parte do dinheiro de publicidade no impresso é que a publicidade digital ainda é muito focada em performance, ela acaba sendo muito intrusiva e gera uma má experiência para o leitor. Pode até funcionar para vender produto na hora, mas não serve para construção de marca. Nosso desafio é que ainda não existe um modelo consolidado de como fazer branding no digital. É isso que queremos fazer no Canal Meio, liderar esta busca por um modelo de branding no digital, para isso queremos testar e descobrir, junto de clientes e agências, formatos de publicidade digital que sejam adequados para marcas e que se integrem de forma mais natural na interação do leitor com o conteúdo”.

Com informações do site Poder360