Dia da ABI, Dia do Jornalista


07/04/2010


Nesta quarta-feira, 7 de abril, data em que se comemora o 102º da ABI é também celebrado o Dia Nacional do Jornalista. Para não deixar passar em branco a data em homenagem profissionais da mídia, a Federação Nacional dos Jornalistas, em parceria com os Sindicatos de todo o Brasil, programaram diversos atos, com o objetivo de demonstrar o descontentamento da categoria com os acontecimentos recentes, como o fim da exigência do diploma para o exercício da profissão.

Por meio de nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro “parabeniza os profissionais que se dedicam à atividade e destaca pontos que considera importantes para nossa reflexão”.  Em Salvador ocorrem duas atividades, com o apoio do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba). A primeira teve início às 8h, na Associação Comercial da Bahia, com uma palestra dos jornalistas Samuel Celestino e Sérgio Murillo, Presidente da Fenaj, A segunda será às 19h, no Hotel Pestana, o Sindicato dos Jornalistas promove o debate “A Comunicação pós 1ª Confecom”, com o presidente da Fenaj e o chefe da Assessoria Geral de Comunicação do Estado (Agecom), Robinson Almeida.

Em Natal, o jornalista e Vereador Edivan Martins faz pronunciamento nesta quarta-feira, às 19h, na Câmara dos Vereadores, em comemoração ao Dia do Jornalista. O Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Norte mobilizou a categoria para fazer da homenagem um ato em defesa do diploma. E na Câmara Municipal de Palmas (TO), às 19h30 também haverá uma Sessão Especial do Dia do Jornalista.

Também nesta quarta-feira, o Sindicato dos Jornalistas de Goiás programou um encontro da categoria e apoiadores da Campanha em Defesa do Diploma. O ato acontece a partir das 19h, no Mercado Popular da Rua 74, em Goiânia.

O Sindicato dos Jornalistas do Amazonas lançou nota em seu site alusiva ao Dia do Jornalista. Em São Paulo o Sindicato também elaborou uma nota propondo uma reflexão sobre a importância do jornalismo para o futuro do País. Por meio de nota oficial o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul também se manifestou sobre o Fia Nacional do Jornalista.

Em Florianópolis, a Rádio Ponto UFSC, emissora virtual do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, desde a manhã está transmitindo um programa especial “Profissão: Jornalista”. A programação poderá ser ouvida ainda nos horários das 18h e 20h desta quarta-feira, 7 de abril, sendo que estará também disponível no site da emissora.

No dia 9 de abril, o Sindicato do Ceará aproveita o VIII Congresso Estadual dos Jornalistas (que vai até o dia 11 de abril) para fazer as suas homenagens. O evento acontece às 19h, no Auditório da Câmara Municipal de Fortaleza. O tema de abertura do congresso é “O STF na crise institucional brasileira, o neoliberalismo e a desregulamentação das profissões no Brasil”, cuja palestra será ministrada pelo Prof. Ivo Dantas, Doutor em Direito Constitucional. Na mesa de debates, estarão o Presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/7ª Região), Antônio Parente, e o Juiz Judicael Sudário, titular da 1ª Vara do Trabalho de Fortaleza.

Encerrando as comemorações do Dia do Jornalista, no sábado, 10 de abril, o Sindicato dos Jornalistas do Pará realiza, em Belém, ato comemorativo ao Dia do Jornalista e o lançamento do Prêmio Jornalista da Amazônia Raimundo Pinto.

ABI

A ABI foi fundada pelo jornalista catarinense Gustavo de Lacerda, em 1908, cujo principal objetivo de proporcionar à classe jornalística uma associação que, além de abrigar os profissionais de imprensa, se tornasse um respeitável núcleo de ações em benefício da categoria, entre os quais o acesso a direitos assistenciais.

Gustavo de Lacerda começou a mobilização para a fundação da ABI, em reuniões que organizava com colegas na sobreloja do prédio onde funcionava a Caixa Beneficente dos Empregados do jornal O Paíz. Coube a ele e aos jornalistas Mário Galvão e Amorim Júnior a elaboração do primeiro escopo do estatuto da nova entidade.

Considerado um visionário — por defender idéias que só começariam a se desenvolver no Brasil a partir da década de 1930 — Gustavo de Lacerda queria que constasse no programa de fundação da ABI mais do que atender às necessidades de informação cultural dos jornalistas. Desejava que a Casa desse acesso também à população da cidade do Rio de Janeiro. Foi dele a idéia de que a ABI mantivesse uma biblioteca aberta ao público.

Com base nesse princípio socioeducativo, a entidade tornou-se conhecida também por abrigar manifestações artísticas, que se destacaram no cenário cultural da cidade do Rio de Janeiro, como o Cineclube Macunaíma, fundado por associados da Casa, em 1973.

Vale ressaltar que desde as primeiras décadas da sua existência, a ABI virou um marco na história da imprensa nacional, mantendo os ideais de seu fundador que forjaram os seus princípios de não fazer concessões a quaisquer tentativas de violação dos direitos dos jornalistas e das liberdades democráticas.

Profissionalização

O período de fundação da ABI remete a outra data importante para o País, que foi o centenário da chegada da Família Real ao Brasil, em 1808, tendo à frente o Príncipe Regente D. João, que, entre outros benefícios a partir da transferência da Metrópole, acabou sendo o introdutor da imprensa na antiga colônia, com o lançamento em 10 de setembro de 1808 da Gazeta do Rio de Janeiro, que funcionou como o primeiro diário a serviço da Corte portuguesa.

Mas a primeira folha impressa brasileira foi o Correio Braziliense. Lançado pelo jornalista Hipólito da Costa, em 10 de junho, em Londres, durante um longo período o jornal circulou como clandestino no Brasil. E o seu reconhecimento como primeiro jornal brasileiro somente veio a acontecer em 1999.

Mantendo um olhar para o futuro, a ABI jamais deixou de cumprir os objetivos que a originaram, mas se adaptou ao longo do tempo. Seus estatutos foram ajustados às diversas situações socioeconômicas da indústria jornalística, e por isso hoje é uma entidade antenada com as necessidades de profissionalização exigidas para o exercício do jornalismo — e cada vez mais preocupada em resguardar os valores éticos e direitos legais que envolvem a profissão.

* Com informações da Fenaj.