Dano político e ambiental: exploração de petróleo na foz do rio Amazonas


25/05/2023


Por Zilda Cosme Ferreira, da Comissão de Meio Ambiente da ABI

Foto: José Cruz/ Agência Brasil

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi corajosa ao defender o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e os funcionários de carreira de sua pasta, que vetaram tecnicamente a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. Com essa atitude, apesar dos recentes desgastes políticos, ela fortaleceu o seu ministério, que foi enfraquecido no último governo.

É fundamental que os defensores da exploração de petróleo na foz do rio Amazonas tenham consciência de que o dano político, no momento, é tão grande quanto o impacto ambiental na região, porque os olhos do mundo estão voltados à Amazônia. Além disso, atualmente, para o Brasil, é mais importante defender o “ouro azul”, a água, necessária à vida, do que o “ouro negro”, o petróleo, altamente poluente.

A ministra Marina Silva, em 2007, reconheceu o cuidado da Petrobras na defesa da região Amazônica durante a Semana do Meio Ambiente, quando foi inaugurado o Centro de Excelência Ambiental da Petrobras na Amazônia (Ceap).

Implantação do Ceap

O Ceap poderia significar a preservação da maior floresta tropical úmida do planeta. Ele teria investimento superior a R$500 milhões até 2012. Trinta projetos já estavam em andamento, reunindo 650 pesquisadores que combinavam a vanguarda tecnológica e científica ao compromisso com a responsabilidade social e ambiental necessários para uma atuação sustentável na região. O Projeto Cognitus, uma vertente tecnológica com uma linha de robôs altamente sensíveis, é capaz de detectar qualquer mudança no meio ambiente.

A implantação do Ceap teve relevância estratégica, a começar pela redução de riscos associados às intervenções da indústria do petróleo na Amazônia. O Centro seria um instrumento gerencial para as parcerias estratégicas da Petrobras na área, o que inclui universidades, instituições de pesquisa, órgãos governamentais, ONGs e agentes econômicos.

Os argumentos dos desenvolvimentistas, defensores da Petrobras, visam fortalecer o Brasil, mas esquecem que nosso maior trunfo é a defesa da Amazônia para atrair investimentos diante da emergência climática. Além disso, a devastação da região nos últimos anos tornou a Amazônia muito sensível a qualquer impacto ambiental.

Há denúncias de que as mineradoras estão poluindo as nascentes o rio Amazonas, no Peru. O que é pior, mas parece que não há protestos internacionais porque as empresas são estrangeiras. Há também críticas à exploração de petróleo na Guiana, região Amazônica, sem cuidados ambientais. No entanto, a Petrobras, uma empresa símbolo Brasileiro, não pode cometer esses erros.