Coordenador de Relações Internacionais da ABI participa de videoconferência sobre Congresso do PC chinês


28/10/2022


O jornalista José Reinaldo Carvalho, coordenador de Relações Internacionais da ABI, participou na última terça-feira (25) de uma videoconferência organizada pela Embaixada da República Popular da China no Brasil para apresentar as conclusões do 20º Congresso do Partido Comunista da China.
Participaram do intercâmbio de informações e opiniões jornalistas, blogueiros, cientistas políticos e sociais e estudiosos de diversas áreas sobre as relações entre o Brasil e a China.

O Ministro Jin Hongjun, encarregado de Negócios da Embaixada, fez uma apresentação abrangente sobre os temas relevantes discutidos e deliberados no 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China, realizado entre os dias 16 e 22 de outubro. Ele também informou sobre a reeleição de Xi Jinping como Secretário-Geral do Comitê Central e Presidente da Comissão Militar do Partido e a eleição dos novos Comitê Central, Birô Político e Comitê Permanente do Birô Político.

Jin Hongjun destacou que o Congresso Nacional do Partido Comunista da China, realizado a cada cinco anos, “é o evento mais importante na vida política do país”. Segundo ele, o 20º Congresso “abre um novo capítulo na história da China”. O evento dos comunistas chineses realiza-se ao final de uma década, marcada por conquistas históricas em todas as frentes, desde o 18º Congresso (2012). O povo chinês inicia agora uma nova trajetória rumo à construção do Estado socialista amplamente modernizado.O 20º Congresso Nacional do PCCh ocorreu em um momento em que a ordem internacional revela-se turbulenta e complexa, passando por reajustes profundos, O diplomata enfatizou que é um momento em que a humanidade se depara “com uma sucessão de desafios globais”. É neste momento crítico que o 20º Congresso do Partido “elaborou um projeto ambicioso para a próxima etapa do desenvolvimento chinês”, o que terá, em sua opinião, implicações de longo alcance tanto para a China quanto para o mundo.

A tarefa central

“O 20º Congresso decidiu que, a partir de agora, a tarefa central do Partido Comunista da China é unir e levar o povo chinês na jornada de construir um país socialista modernizado e forte em todos os sentidos. Esse objetivo será alcançado em duas etapas: concluir, até 2035, o processo da modernização socialista e até meados do século 21, se tornar uma potência próspera, forte, democrática, culturalmente avançada, harmoniosa e bela, disse o Ministro Jin Hongjun. Ele explicou que esta estratégia “é um conjunto orgânico que engloba todas as frentes: política, economia, bem-estar social, ciência, tecnologia e inovação, proteção ambiental, cultura e educação, defesa nacional, relações exteriores e democracia”. Para ele, o termo-chave para entender os resultados do 20º Congresso e do desenvolvimento futuro da China é “modernização de estilo chinês”.

Em que consiste a modernização chinesa?

“Em primeiro lugar, a modernização de estilo chinês segue um novo conceito centrado nas pessoas”, ao contrário da lógica da modernização focada no acúmulo do capital. Isto significa a busca por um desenvolvimento de alta qualidade e uma prosperidade comum para toda a população.
Nas relações econômicas com outros países, a modernização de estilo chinês busca um novo caminho de cooperação com ganhos para todas as partes envolvidas, afirma o diplomata. “A China nunca se envolveu no expansionismo ou na pilhagem de recursos, mas tomou a iniciativa de se abrir ao mundo exterior e se engajar na cooperação de ganhos mútuos com outros países no seu processo de desenvolvimento. Hoje, a China é um importante parceiro comercial de mais de 140 países e territórios”.

Papel de destaque nessas relações tem a iniciativa Cinturão e Rota, que oferece a maior, mais ampla e mais inclusiva plataforma de cooperação internacional, viabilizando vastas oportunidades a todos os países.A terceira característica da modernização chinesa é o estabelecimento de um novo paradigma para o desenvolvimento pacífico. “A China não tem genes de hegemonia ou expansionismo. Na sua trajetória centenária, o Partido Comunista da China sempre se dedicou a trazer bem-estar ao povo chinês e paz e prosperidade ao mundo”, afirma. Jin Hongjun relembra que a China sempre trabalhou para construir a paz mundial, impulsionar o desenvolvimento global e preservar a ordem internacional.

E destaca as iniciativas do Presidente do país. “Diante das rápidas mudanças na conjuntura internacional, o presidente Xi Jinping apresentou a Iniciativa de Desenvolvimento Global e a Iniciativa de Segurança Global, que fornecem importantes bens públicos e plataformas de cooperação para suprir o déficit de governança global, responder aos desafios globais e salvaguardar a paz e a tranquilidade do mundo”.

O encarregado de Negócios da Embaixada chinesa no Brasil resume os traços da política externa ratificados no 20º Congresso. É uma política externa “em prol da paz mundial e do desenvolvimento comum”, por meio da qual a China “arquiteta uma comunidade de futuro compartilhado para toda a humanidade”, salienta.

Relações com o Brasil

Um importante espaço na apresentação de Jin Hongjun foi dedicado às relações com o Brasil. “China e Brasil são países de relevância internacional e representantes das economias emergentes. Numa conjuntura internacional repleta de incerteza e instabilidade, é ainda mais importante que nossos dois países se fortaleçam juntos e aprofundem a parceria bilateral. A China já tem metas de desenvolvimento bem definidas para a próxima fase e uma perspectiva ainda mais promissora. Isso trará novas oportunidades às relações sino-brasileiras”. Se depender da vontade chinesa, a cooperação bilateral será ampliada.

O jornalista José Reinaldo Carvalho desejou êxitos ao povo chinês e sucesso nos esforços do seu governo pelo desenvolvimento e a paz mundial.