Cientista político analisa narco-guerrilha na AL


11/06/2010


“Da guerra à pacificação: escolha colombiana” é título do novo livro que o cientista político Ricardo Vélez lança nesta segunda-feira, 14 de junho, a partir das 10h, no auditório do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), na Rua Doutor Xavier Sigaud, nº 150, Botafogo (zona sul). 

A idéia da obra é incitar o debate sobre a hipótese de que, quando, no decorrer da segunda metade do século XX, o patrimonialismo vinculou-se, nos países latino-americanos, ao mercado dos tóxicos e à ação radical do Foro de São Paulo , a violência disparou e ensejou a formação de Estados dentro do Estado, cuja manifestação mais contundente foi a República das Farc, que, entre 1998 e 2002, a guerrilha colombiana organizou na zona sul-oriental do país, numa área equivalente à do Estado do Rio de Janeiro.

A teoria defendida no livro é de que esse contexto pôs em xeque a segurança continental, porquanto se constituiu em centro de irradiação do narcotráfico pelo Continente sul-americano afora, bem como em núcleo de exportação da narco-guerrilha aos países vizinhos. Foi neste cenário que, segundo Ricardo Vélez, “a América Latina conheceu, também, a sua Guerra do Ópio”. Em face desse fenômeno da narco-guerrilha, o autor analisa os riscos que decorrem para o Brasil, notadamente.

Ricardo Vélez

O autor considera que esses riscos aumentam, “na medida em que a esquerda brasileira continua presa ainda a um modelo arcaico de comportamento politicamente correto”, que a faz enxergar nos guerrilheiros colombianos combatentes idealistas pela justiça social e em prol da instauração do socialismo, quando o que realmente constituem “é um núcleo de terroristas financiados pelo narcotráfico, que têm como única finalidade a racionalização dos seus negócios e a expansão do seu modelo de exploração para o resto do Continente sul-americano”.

Para Ricardo Vélez o modelo colombiano da narco-guerrilha não está longe do Brasil.Segundo ele, isso é testemunhado “pelo fato de Fernandinho Beira Mar ter sido o elo entre as FARC e o narcotráfico carioca”.