Brasil é o quarto em mortes de jornalistas em 2019


05/07/2019


Jornalista Romário Barros, morto em Maricá (RJ)

Com dois assassinatos de jornalistas, o Brasil ocupa, ao lado da Colômbia, o quarto lugar entre os lugares mais perigosos para o exercício desta profissão na primeira metade de 2019. O primeiro continua sendo o México, com nove jornalistas assassinados, seguido de Afeganistão, com seis vítimas. O terceiro lugar ficou com o Paquistão, com quatro casos.
É o que revela um relatório divulgado nesta quinta-feira (4) pela ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), como publicado pela Agência EFE. México e Afeganistão concentram quase um terço dos 38 jornalistas assassinados no mundo no primeiro semestre de 2019.  A boa notícia é que o número total de jornalistas assassinados representa uma queda de 42% com relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a PEC.
Para a ABI, a divulgação dos novos dados acende o sinal de alerta para a violência contra jornalistas no Brasil, especialmente logo após a morte, em Maricá (RJ) de dois jornalistas, em menos de um mês.  Leia mais.
Entre 2017 e 2018, os casos de agressão a jornalistas no Brasil subiram 36,7%, com 135 ocorrências e 227 vítimas, segundo um relatório da  Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj).
A violência contra jornalistas será um dos temas a ser debatidos na  segunda-feira (8), em reunião da nova Diretoria Executiva da entidade, que discutirá também a formação de novas comissões de trabalho, entre as quais,  a Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da ABI, a ser presidida pelo vice-presidente da entidade, Cid Benjamin.
Os nomes dos novos membros das comissões serão conhecidos no próximo dia 15, durante a primeira reunião do Conselho Deliberativo, que dará posse aos 30 novos conselheiros efetivos e suplentes eleitos no último dia 27 para o triênio 2019-2022, junto com a nova Diretoria Executiva. Na ocasião, também serão empossados os sete membros do Conselho Fiscal e sete do Conselho Consultivo.

Ação de grupos terroristas

México e Afeganistão foram os líderes neste triste ranking da PEC também em 2018. As principais razões que fazem com que sigam sendo os mais perigosos para exercer a profissão têm a ver “com os grupos terroristas no Afeganistão e os grupos criminosos no México”, segundo a organização.
A América Latina foi a região com mais assassinatos de repórteres, com 15 no total: além dos casos registrados no México, na Colômbia e no Brasil, houve um em Honduras e outro no Haiti. Com relação ao Oriente Médio, a PEC comentou que esta região registrou uma certa melhora na segurança dos trabalhadores de imprensa devido, “entre outras razões, à diminuição do conflito na Síria e no Iraque”.
“A comunidade internacional deve estabelecer um mecanismo independente que possa combater a impunidade quando as instituições nacionais não forem eficientes e nem suficientes para preencher os vazios na prevenção, proteção e processo”, afirmou à Agência EFE o secretário-geral da PEC, Blaise Lempen.

Da Redação, com Agência EFE