Audiência pública em defesa do Casa Grande

Em reunião nesta terça-feira, dia 10 de fevereiro, a comissão de luta contra a privatização do espaço do futuro Centro Cultural Casa Grande (CCCG) decidiu pela realização de uma audiência pública na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) — para a qual serão chamadas autoridades do estado do Rio de Janeiro, inclusive o Governador Sérgio Cabral Filho.

Ficou estabelecido também que haverá a promoção de um grande espetáculo cultural, envolvendo vários segmentos artísticos, que deverá ser realizado no Teatro Oi Casa Grande, em março. O evento vai ajudar na divulgação da campanha para que o Governo do Rio cumpra o compromisso de construir o CCCG no espaço no shopping Leblon (Zona Sul) destinado à sua instalação.

Como o diretor do teatro Casa Grande Moysés Ajhaenblat não pôde comparecer à reunião por motivo de saúde, os trabalhos do encontro foram dirigidos pelo coordenador-geral do Instituto Casa Grande (ICG), Marcelo Barbosa, e pelo jornalista Kadu Machado.

Segundo Marcelo Barbosa, o movimento a favor da construção do Centro Cultural Casa Grande está cada vez mais forte, pois ganhou a adesão da sociedade civil organizada:
— No início eram somente artistas, jornalistas e intelectuais engajados nessa luta. Mas agora ganhamos o reforço de entidades como a ABI, OAB, de uma representação parlamentar suprapartidária, o que acabou institucionalizando o movimento no bem sentido. Isso ajuda porque com esse apoio o movimento tem mais representatividade para cobrar das autoridades a sua responsabilidade sobre o assunto, declarou Marcelo Barbosa. 

Restauração

Além da realização do ato cultural e da audiência pública, cuja convocação será do Deputado estadual Alexandre Molon (PT-RJ), foram apresentadas as seguintes propostas: criação de uma frente parlamentar pró CCCG, suprapartidária, nos níveis federal, estadual e municipal; a Deputada federal Solange Amaral (DEM) se dispôs a fazer circular um abaixo-assinado entre bancada federal do seu partido no Rio e no Congresso Nacional, em defesa do CCCG.

Para o ex-Prefeito Saturnino Braga, um dos membros da comissão, a construção do centro cultural representa a restauração de um local tradicionalmente:
— Eu acho que a construção do Centro Cultural Casa Grande é de suma importância, porque se trata da restauração de um pólo de cultura e cidadania que foi muito importante durante os anos 60 e 70, durante a ditadura, que por força do negócio, do business desapareceu. O Casa Grande foi restaurado como teatro, mas não como centro de formação cultural e cidadania. Queremos que o centro cultural venha a se tornar um espaço público de difusão artística da sociedade do Rio. 

Êxito

Segundo os seus organizadores, a comissão de luta contra a privatização do espaço do futuro Centro Cultural Casa Grande (CCCG) está tendo um grande êxito. No último encontro o movimento reuniu personalidades da vida artística, cultural e política da cidade, tais como: Maurício Azêdo (ABI), Edwin Luisi, Edino Krieger, Sérgio Ricardo, Sérgio Santeiro, Ana Terra e Sérgio Fonta.

Também estiveram presentes Evelin Rosenzweig (Associação Comercial do Leblon), Henrique Brandão, Flávio Loureiro, Nelma Salles, Roberto Adler, Celina Whateny, David Tabak, Eliane Campello, representantes dos gabinetes dos Deputados Antônio Carlos Biscaia (federal, PT) e Inês Pandeló (estadual, PT), e dos Vereadores Reimont (PT) e Eliomar Coelho (P-SOL).

O encontro contou ainda com a participação de Áurea Alves (jornal de cultura e política Algo a Dizer), Rosimar Melo, Suely Emma, Maria Luiza Franco Brusse, Leo Borges (Comusi), Douglas Naegele, Isaac Schneider, Marta Bandeira, Gustavo Furtado, Maria Alice Saboya, Inês Estrada, Stefano Figalo, entre outros.

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