Sindieletro-MG denuncia descaso da Cemig


21/11/2011


Representantes do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG) enviaram ofício à Associação Brasileira de Imprensa, no qual relatam o sucateamento do serviço prestado pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que acabou por causar a morte de mais um trabalhador, no último mês de setembro.
 
Nos últimos anos, o Sindieletro, órgão filiado à Central única dos Trabalhadores, tem realizado um papel importante na luta por melhores condições de trabalho, contra a terceirização sistemática promovida pela Cemig, e por mais segurança em locais de trabalho de alto risco.
 
 
Confira a íntegra do documento enviado à ABI:
 
 
“Convictos de nossa missão de defender os trabalhadores na plenitude dos seus direitos e, consequentemente, lutarmos por uma sociedade mais justa, comunicamos a triste marca do 6º acidente fatal ocorrido com eletricitário a serviço da Companhia Energética de Minas Gerais –Cemig, em 2011.
 
Além dos seis óbitos somente neste ano, já ocorreram dezenas de incidentes com altíssimo potencial de provocarem acidentes fatais.Aconteceram dois acidentes gravíssimos, também com trabalhadores contratados pela Cemig, que sofreram amputação de membros e ficaram incapacitados profissionalmente pelo resto de suas vidas.
 
O modelo de gestão escolhido pela Cemig é baseado na terceirização sem preceitos, principalmente das atividades-fim, com redução drástica do quadro técnico operacional. Dados da Fundação COGEE, entidade que reúne empresas do setor elétrico, mostraram que em 2010, os trabalhadores terceirizados na Cemig chegaram a mais de 15.000 e , no mesmo ano, 8,5% dos acidentes fatais ocorridos em todo o setor elétrico brasileiro aconteceram com trabalhadores a serviço da Empresa.
 
Nas empreiteiras as relações trabalhistas são precárias, com aumento das exigências de produtividade, da performance, da carga e da jornada de trabalho. O resultado da combinação perversa entre um produto letal como a eletricidade e uma organização mediada apenas pela visão econômica é trágico.
 
A experiência vivida na Cemig mostra que a terceirização no setor elétrico é econômica e socialmente inviável. Na Ação Civil Pública, movida pelo Ministério Público do Trabalho, o Tribunal Regional do Trabalho 3ª. Região julgou ilegal a terceirização das atividades-fim na empresa. Assim, apontamos a primarização das atividades-fim como a principal solução para a redução do número de acidentes e mortes no trabalho.
 
Por fim, pedimos mais uma vez seu apoio para que juntos possamos mudar essa triste estatística, onde os trabalhadores terceirizados apresentam taxa de mortalidade 8,8 vezes maior em relação aos empregados do quadro próprio.”
 
 
Atenciosamente,
 
Jairo Nogueira Filho, Coordenador Geral;
Edgar Gomes Júnior, Secretário de Saúde do Trabalhador”