ABI saúda o centenário de Paulo Freire


19/09/2021


Às vésperas da comemoração do centenário do nascimento do professor e filósofo Paulo Freire, o Movimento Nacional dos Direitos Humanos (MNDH), liderado pelo advogado Carlos Nicodemos, parceiro da ABI em diversas ações, conseguiu uma importante vitória em ação judicial para garantir que Paulo Freire não seja ofendido pela horda dos ignorantes bolsonaristas.

Em decisão liminar, a juíza da 27ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Geraldine Vital, determinou “que a União Federal abstenha-se de praticar qualquer ato institucional atentatório a dignidade do professor Paulo Freire na condição de Patrono da Educação Brasileira, como reconhecido pela Lei º 12.612/12.”

Paulo Freire, que nesta data (19/9) completaria 100 anos, foi o brasileiro mais homenageado da história, com pelo menos 41 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da Europa e América, e recebeu diversos reconhecimentos, como o prêmio da UNESCO de Educação para a Paz, em 1986.

Ele foi traduzido para mais de 20 idiomas, dá nome a 102 centros de pesquisa e mais de 400 escolas no Brasil e nove em outros países, além de uma universidade na Nicarágua. Uma pesquisa realizada, em 2016, pela London School of Economics revelou que “A pedagogia do oprimido” é a terceira obra de ciências humanas mais citada em artigos acadêmicos publicados em inglês.

A realidade da educação, no Brasil, comprova a importância da luta de Freire, pois, mais de 11 milhões de brasileiros acima dos 15 anos de idade não entendem o que dizem as palavras escritas. É ainda bem maior a quantidade de analfabetos funcionais, que até conseguem ler e escrever, mas são incapazes de interpretar o que leem e de usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas. Em geral, eles possuem menos de quatro anos de estudo e calcula-se que sejam em torno de 30 milhões de pessoas.

A ABI comemora o centenário do grande educador Paulo Freire, e reproduz uma de suas frases marcantes: “Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.”