ABI recebe doação de publicações anarquistas


09/03/2010


A ABI recebeu do associado Nelson Tangerini a doação de publicações anarquistas, como o Emecê (Boletim do Núcleo de Pesquisa Marques da Costa) e o LIBERA (Informativo da Federação Anarquista do Rio de Janeiro), os quais farão parte do acervo da Biblioteca Bastos Tigre.

O acervo tem quatro edições do Emecê, nas quais são abordados temas históricos do nosso País, como a edição nº 11, de fevereiro de 2009, que traz o título “O Sindicalismo revolucionário entre os operários têxteis de Magé-RJ (1917-1919)”.

O texto evidencia o histórico do movimento operário no Rio de Janeiro, no final do século XIX e início do XX, quando a cidade era a Capital Federal. Além da presença da indústria e seu núcleo econômico até a escolha de Magé para ser o local das grandes fábricas de tecidos; e o crescimento da classe trabalhadora e da economia, a partir de seu desenvolvimento.

Em agosto de 2009, na edição nº 13, o tema em destaque foi “Arte e Consciência: os festivais operários no Rio de Janeiro”, que ressalta a arte no movimento anarquista. Por esse artigo, ficamos sabendo que inúmeras manifestações artísticas foram desenvolvidas pelos anarquistas do Rio de Janeiro, no primeiro terço do século passado. E que o teatro, a música e a cultura desempenharam um papel importante na formação de pelo menos duas gerações de militantes anarquistas.

A presença ativa da mulher — que defende as idéias libertárias e que combate o modelo capitalista — é citada numa referência à Maria de Lourdes Nogueira, professora e seguidora do anarco-comunismo sistematizado por Kropottkin e Malatesta e foi discípula de José Oiticica. Mesmo ela não deixando registros biográficos é possível encontrar sua marca no movimento anarquista, através de alguns periódicos libertários. É o que mostra a edição “A (in)visibilidade de Maria de Lourdes Nogueira: mulher, militante, libertária”, de Junho de 2009.

Em “Rio, 1909 — Viva Ferrer, viva a Escola Moderna”, de outubro de 2009, o Emecê relembra o violento combate em Barcelona, o qual levou Francisco Ferrer y Guardia a ser fuzilado a 13 de outubro de 1909. A edição registra também os protestos da Federação Operária do Rio de Janeiro, dias antes do combate, contra a situação de Ferrer e dos demais espanhóis quando ainda encontravam-se presos.

No informativo LIBERA faz a abordagem “Reflexões Libertárias – sobre alguns acontecimentos no MTD-RJ”, na edição n. 144 – jan/mar-2010, que ressalta a importância das reflexões de fatos políticos como elemento pedagógico que ajudam a pavimentar o projeto de organização popular com outros movimentos e organizações.