ABI repudia declaração de Bolsonaro contra jornais


16/02/2021


Cachaça não é água não

 Não é verdade que o presidente Jair Bolsonaro estivesse bêbado ao pregar, na segunda-feira de carnaval, o fechamento dos grandes jornais brasileiros.

Ao contrário, aparentemente ele não estava alcoolizado.

O presidente apenas verbalizou o que todo candidato a ditador tem na cabeça: a ojeriza a uma imprensa que não se subordine a ele.

A semana já tinha sido pródiga notícias ameaçadoras para a democracia.

O ex-comandante do Exército reconheceu, em livro, que em abril de 2018 a cúpula da instituição endossou as ameaças levadas por ele ao STF para que não fosse concedido habeas corpus libertando Lula.

Depois, o presidente – que, na sua pregação contra as urnas eletrônicas, já acena com a possibilidade de não aceitação de um resultado adverso nas eleições de 2022 – aumentou para seis o número de armas de fogo que as pessoas podem ter em casa. A única explicação para a medida é o desejo de fortalecimento das milícias.

“Essas manifestações de Bolsonaro não devem ser vistas apenas como algo ridículo. Estamos diante de movimentos de um inimigo da democracia que não hesitará em tentar um golpe de estado caso seja apeado do poder. Lembrando a marchinha, não foi a cachaça que levou Bolsonaro a esses ataques à liberdade de expressão. Eles representam a sua convicção. É preciso estar alerta”, afirmou Paulo Jeronimo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa, a ABI.