ONU apoia socorro a jornalistas na Síria


27/02/2012


As negociações para a retirada dos jornalistas estrangeiros da cidade de Homs, na Síria, prosseguiram nesta segunda-feira, 27, durante a reunião anual do Conselho dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça. Funcionários da diplomacia e 85 ministros discutiram medidas de urgência contra a violência do Governo de Bashar Al-Assad.
 
A repórter francesa Edith Bouvier e o fotógrafo britânico Paul Conrov, feridos na última quarta-feira, 22, durante um bombardeio em Homs, permanecem cercados no bairro de Baba Amr. Reduto dos opositores do regime ditatorial de Bashar Al-Assad, Homs está cercada há 20 dias por forças leais ao ditador sírio.
 
Durante o ataque do dia 22, foram mortos a jornalista norte-americana Marie Colvin, repórter do Sunday Times, e o fotógrafo francês Remi Ochlik, da agência IP3 Press.
 
—Quando o exército sírio ataca repetidamente um prédio que eles sabem que é um centro de imprensa, não é um incidente de guerra, é um assassinato, e os criminosos devem ser responsabilizados, Durante este último final de semana, não tínhamos nenhuma solução porque a situação em Homs é extremamente complexa. Esperamos estar próximos de um desfecho; parece-me que as coisas estão perto de se desbloquear, assegurou o presidente francês Nicolas Sarkozy, em entrevista à rádio francesa RTL, nesta segunda-feira, 27.

 
A diplomata Laura Lasserre, Presidente do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, destacou o agravamento da situação na Síria:
—Estamos aguardando uma resposta positiva de Damas para que a comunidade internacional possa ajudar as pessoas afetadas pela violência na Síria, onde mais de sete mil pessoas foram mortas na região desde março de 2011.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha anunciou que está negociando com autoridades e rebeldes sírios para conseguir entrar na cidade de Homs.
 
Apelo
 
A jornalista francesa Edith Bouvier postou um vídeo no Youtube, no dia seguinte ao bombardeio, pedindo trégua aos ataques das forças do governo sírio para conseguir deixar o país.
 
“Bom dia, sou Edith Bouvier, jornalista francesa(…) É quinta-feira, 23 de fevereiro, e são quase 15h. Ficamos feridos num ataque, ontem, no qual Marie Colvin e Rémi Ochlik foram mortos”, diz ela no início do vídeo. “Meu fêmur está quebrado em duas partes. Preciso ser operada o mais rápido possível. Os médicos estão nos tratando muito bem, fazendo o que podem, mas não têm meios para realizar a cirurgia. “Precisamos de uma trégua imediatamente, de uma ambulância em bom estado, se possível, que me conduza até o Líbano para ser tratada logo”, afirma a repórter na gravação.
 
Catherine Ashton, alta representante de Política Externa e Segurança Comum da União Europeia (UE) condenou o assassinato de jornalistas na Síria e exigiu a renúncia do Presidente Bashar Al-Assad. Em entrevista coletiva, Ashton afirmou que se Assad “não se importa de matar seu próprio povo, deve renunciar”.