Obama não vai mais discursar na Cinelândia


18/03/2011


A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil informou que o Presidente Obama não vai mais fazer o discurso aberto ao público na Cinelândia, no domingo 20 de março, como estava previsto na programação oficial da sua visita ao Brasil. Os motivos não foram divulgados, apenas que ele fará um pronunciamento no Theatro Municipal.
 
O Presidente norte-americano chega ao Rio na noite de sábado, depois da recepção que terá da Presidente Dilma Rousseff e da agenda de encontros bilaterais com empresários, em Brasília, conforme informou a representação diplomática dos EUA. Por enquanto, a visita ao Corcovado, com a mulher e filhas, e à Cidade de Deus estão mantidas.
 
Para a revista The Economist, que circula nesta sexta-feira, 18 de março, o Presidente Obama terá dificuldades para eliminar a “frustração mútua” que existe na relação entre os Estados Unidos e os países da América do Sul.
 
A opinião foi emitida na reportagem intitulada “Voando baixo”, na qual a revista diz que “para muitos (países) sul-americanos, os Estados Unidos não são mais a principal opção (de relações comerciais)”.
 
 
Confiança
 
 
A matéria cita também que a relação comercial com a China está em alta, e a confiança de vários países do continente sul-americano “de que podem deixar a sua própria marca no mundo, especialmente o Brasil”, que, segundo a revista, é onde o Presidente Obama fará a visita mais importante.   
 
Lembrando o caso do Irã — em que o Brasil votou junto com a Turquia contra a resolução da ONU que previa sanções ao programa nuclear iraniano —, a reportagem da Economist destaca as divergências entre Brasil e Estados Unidos no campo da política externa. 
 
A revista diz ainda que o Presidente Obama pode ser “uma voz poderosa para a democracia e os direitos humanos”, em uma região onde negros e índios vivem em desvantagem sóciorracial.
 
 
Importância
 
Durante uma entrevista no Chile, na quarta-feira, 17 de março, ao comentar a visita do Presidente Obama a países sul-americanos, o Secretário de Estado para a América Latina, Arturo Valenzuela, disse aos jornalistas que “a importância da América Latina pode ser vista claramente no fato de que esta viagem ainda está de pé, apesar de todas as complicações que vemos a nível internacional”.
 
Ele classificou como “emblemática” essa agenda de compromissos do seu país com as Américas. Ao se referir ao programa Aliança para o Progresso, lançado pelo então Presidente John F. Kennedy, há 50 anos, Valenzuela disse que a América Latina atual “é uma região completamente diferente, inserida na globalização das economias e dinâmica”, mas que ao mesmo tempo enfrenta “desafios significativos, como insegurança, desigualdade e a falta de competitividade”.
 
Segundo o Secretário Valenzuela, Argentina e Colômbia ficaram de fora do roteiro do Presidente Obama, porque a Casa Branca optou por deixar de fora países que passam por processos eleitorais.
 
 
* Com informações da BBC e agências internacionais.