Jornalistas chilenos criticam omissão da mídia


08/09/2010


 
A Associação Nacional de Jornalistas do Chile (CPC) criticou o silêncio dos veículos de comunicação no país em relação a notícias importantes, como a greve de fome de 32 presos de comunidades mapuches há mais de um mês em várias prisões do país.
 
 
O presidente da entidade, Rodrigo Miranda, pediu que a situação fosse analisada pela Federação dos Meios de Comunicação, organismo de autorregulação do setor, afirmando que a Associação vai pedir um parecer do Tribunal Nacional de Ética sobre o assunto:
— Achamos que é preocupante, para não dizer o mínimo, que este problema só aparece na agenda noticiosa dos jornalistas e condeno veementemente que isso aconteça, declarou o dirigente.
 
 
Ele lembrou que a greve começou em 12 de julho, mas que não teve cobertura dos principais veículos de mídia chilenos sobre as reivindicações dos grevistas e os motivos que os levaram a tomar esta decisão.
 
 
Rodrigo Miranda disse que apesar de os jornalistas influenciarem e sugerirem os temas das suas reportagens, em último caso, não são responsáveis pelo que é noticiado porque acaba prevalecendo a vontade dos proprietários, que são os verdadeiros controladores dos meios de comunicação:
 
 
O dirigente da Associação Nacional de Jornalistas disse que é um direito da população ficar bem informada sobre o que está acontecendo no país. Disse também que não cabe à entidade fazer julgamentos da ação da imprensa, mas afirmou que “não há dúvida de que tais atitudes e omissões não contribuem em nada para uma democracia”:
— O fato de 32 chilenos não comerem há 40 dias é notícia aqui no Chile e no resto do mundo, para além de qualquer outra consideração, declarou Rodrigo Miranda.
 
 
* Com informações da Associação Nacional de Jornalistas do Chile.