História da imprensa maranhense no século XIX


04/06/2009


O jornalista e pesquisador na área de Comunicação Social Sebastião Jorge doou à Biblioteca Bastos Tigres, localizada no 12º andar do edifício-sede da ABI, um exemplar de seu mais recente livro. “A imprensa no Maranhão no século XIX”, um estudo sobre os principais periódicos surgidos no Estado desde O Conciliador do Maranhão, criado em 1821.

Conforme informa Sebastião, este jornal trazia, em seu primeiro número, uma apologia da imprensa como veículo capaz de ser um aliado do Governo, ao despertá-lo para certos problemas e sugerir medidas que atendam aos interesses da sociedade.

No livro, ao abordar os objetivos e linhas editoriais de mais de 70 periódicos, o autor traça um perfil da sociedade maranhense do século XIX, já que os jornais, ao serem criados, constituíam-se em uma tribuna, na qual os jornalistas escreviam sobre temas polêmicos e defendiam suas idéias no campo político, como aponta José Ribamar Lima Filho, ex-professor do Departamento de História e Geociências da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Além das publicações, Sebastião destaca jornalistas pioneiros do Maranhão, como Odorico Mendes, Garcia de Abranches, Frederico Magno, José Cândido de Moraes e Silva, João Lisboa, Cândido Mendes, Sotero dos Reis, Estêvão Rafael de Carvalho, entre outros.

Como curiosidade, o autor cita a primeira mulher a trabalhar nas redações de jornais do Maranhão. Eponina de Oliveira Condurú Serra (1842-1931) quebrou o paradigma da época ao abandonar os serviços do lar e se dedicar ao Jornalismo. Em suas pesquisas, o autor também descobriu informações sobre o primeiro jornaleiro do Maranhão:
— Sebastião aclara dúvidas ao localizar o nome do primeiro representante da classe laboriosa dos jornaleiros: o cego Basílio, que, por sinal, para exercer o trabalho, foi considerado cúmplice do jornal que atacava a política de Ana Jansen, sendo espancado e preso pela polícia — escreve o professor José de Ribamar no prefácio do livro.

Para compor o volume, Sebastião Jorge, além de pesquisar o acervo da Biblioteca Pública Benedito Leite, ligada à Secretaria de Cultura do Maranhão, passou horas recolhendo dados em instituições localizadas no Rio de Janeiro, como a Biblioteca Nacional, o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, a Casa Rui Barbosa e a Associação Brasileira de
Imprensa(ABI).

Sobre o autor

Sebastião Jorge nasceu em São Bento-MA, é pós-graduado em Comunicação Social, advogado, jornalista e pesquisador. Publicou os seguintes livros: “Pesquisa em comunicação”, “O jornalismo hoje”, “Os primeiros passos da imprensa no Maranhão”, “A linguagem dos pasquins”, “Política movida a paixão — O jornalismo polêmico de Odorico Mendes”, “Cenas de rua” (crônicas), “Imprensa brasileira — personagens que fizeram história” (Vol. 1) e Imprensa brasileira — personagens que fizeram história” (Vol. 2).