ABL celebra 111 anos e entrega prêmio literário


15/07/2008


A Academia Brasileira de Letras comemora nesta quinta-feira, dia 17, a partir das 17h, seus 111 anos de fundação, com a entrega dos Prêmios Literários de 2008. A sessão será conduzida pelo acadêmico e jornalista Cícero Sandroni, Presidente da ABL, e terá como orador oficial o acadêmico Marcos Vilaça. A solenidade de entrega dos prêmios será realizada no Salão Nobre do Petit Trianon, na Avenida Presidente Wilson, 203, no Centro do Rio.

O romancista Autran Dourado receberá o Prêmio Machado de Assis (R$ 100 mil), pelo conjunto de obra. A relação dos demais agraciados é a seguinte: Prêmio ABL de Poesia, Izacyl Guimarães Ferreira, por “Discurso urbano”; de Ficção, Romance, Teatro e Conto, José Alcides Pinto, por “Tempo dos mortos”; de Ensaio, Crítica e História Literária, Laurentino Gomes, por “1808”; de Literatura Infanto-juvenil, Daniel Munduruku, por “O olho bom do menino”; de Tradução, Agenor Soares dos Santos e Leonardo Fróes; e de Cinema, Jurandir de Oliveira, pelo roteiro adaptado do livro “O quinze”, de Rachel de Queiroz. O Prêmio Francisco Alves, dedicado às áreas de Educação e Língua Portuguesa, foi conquistado por Paulo Nathanael Pereira de Souza e Carlos Eduardo Falcão Uchoa.

Na segunda parte do evento, a atriz Fernanda Montenegro vai encarnar a protagonista feminina de “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, apresentando, no teatro da Academia, às 18h30, uma leitura adaptada do livro “Capitu, memórias póstumas”, do acadêmico Domício Proença Filho. A atriz usará no palco a cadeira e mesa de trabalho de Machado:
— Tive muitas emoções em minha carreira e esta de agora, certamente, será uma das maiores delas — garante Fernanda.

Cícero Sandroni, responsável pelo convite à atriz, é um dos mais entusiasmados com sua participação na solenidade:
— A presença de Fernanda Montenegro, uma das mais altas figuras da cena brasileira, no palco do nosso teatro, justamente quando culminam as celebrações em torno do centenário da morte de Machado de Assis, tem um significado especial para a cultura de nosso País. De um lado, o maior escritor brasileiro e um de seus textos mais expressivos; de outro, toda a emoção de assistirmos ao trabalho de uma figura como Fernanda. A Academia viverá, sem dúvida, mais um de seus momentos históricos.

Domício Proença Filho fez uma adaptação especial de seu livro para a leitura de Fernanda, que diz:
— Do texto emerge uma figura de Capitu que se propõe mais inteira, mais completa, esclarecida, do ponto de vista de sua presença na trama descrita por Bentinho (o narrador criado por Machado) e da suposta traição dela com Escobar. Para mim, Capitu encontra, no texto de um escritor da dimensão de Domício Proença Filho, um momento adequado para colocar-se na trama. Não que Domício se contraponha a Machado. Trata-se da abertura de um espaço ficcional em que a personagem pretende que o leitor tenha dela uma visão mais nítida.

Publicado em 1999, durante o centenário do lançamento de “Dom Casmurro”, em Paris, o livro de Domício dá voz à mais enigmática personagem da literatura brasileira, que apresenta sua versão sobre o triângulo com Bentinho e Escobar.

A entrada para a sessão especial na ABL é franca e os interessados deverão retirar senhas na portaria da entidade com cerca de uma hora de antecedência. Os ingressos também podem ser reservados pelos telefones (21) 3974-2574, 3974-2552 e 3974-2543, ou pelo e-mail imprensa@academia.org.br.