“Dicionário de Comunicação” terá uma nova edição


15/01/2009


Encontra-se em fase de produção uma nova edição revista e atualizada do “Dicionário de Comunicação”, obra dos professores Carlos Alberto Rabaça e Gustavo Guimarães Barbosa. Segundo os autores, o lançamento deverá ocorrer no primeiro semestre de 2010. A primeira edição do dicionário foi lançada em 5 de setembro de 1978, pela editora Codecri — a mesma que editava o lendário jornal O Pasquim.

Desde o seu lançamento, o dicionário tem sido adotado por acadêmicos, professores e profissionais de comunicação de maneira geral, consagrando-se como obra de referência das atividades relacionadas à área de comunicação em língua portuguesa:
— O “Dicionário de Comunicação” continua sendo o único no gênero no Brasil, sendo utilizado pelas universidades e adotado como referência em concursos públicos para a área de Jornalismo e de outros seguimentos da Comunicação. É com imensa alegria que eu acompanho esse processo.

O “Dicionário de Comunicação” encontra-se atualmente na sua 11ª edição, que foi lançada em 2005. De acordo com o professor Carlos Alberto Rabaça, as inúmeras transformações que ocorreram no campo da comunicação, principalmente provocadas pelo desenvolvimento das novas tecnologias, fazem com que outras edições revisadas e atualizadas sejam publicadas com prazos cada vez mais curtos:
— Devido à influência da informática e dos novos termos que têm surgido os lançamentos vão-se estreitando cada vez mais, é por isso que já estamos trabalhando na 12ª edição do dicionário que deverá ser lançada no início de 2010, disse o professor Carlos Aberto Rabaça.

A idéia de fazer um dicionário próprio para a área de comunicação surgiu em 1976, quando Carlos Alberto Rabaça trabalhava na Assessoria Especial de Relações Públicas da Presidência da República. Ele lembra que no Brasil até os anos 70 os dicionários eram publicações referentes às línguas; não havia esse tipo de publicação para outros segmentos:
— Naquela época, eu era um jovem de 28 anos de idade, com formação em Sociologia e que começou a se interessar pela Comunicação. Tinha acesso às emissoras de rádio e TV que me proporcionavam acesso a muita informação. Cada termo novo que eu aprendia com o pessoal dessa área e os jornalistas eu anotava. Depois de algum tempo fichando os termos novos que eu ouvia, que inclusive me deram muito trabalho para explicar os seus significados, eu me dei conta que tinha em mãos um material fantástico. 

 Em 1976, Carlos Alberto Rabaça percebeu que estava diante de uma terminologia que cada vez mais se tornava particularizada e numerosa, os novos termos acabaram se consagrando e se tornando dicionarizáveis. Foi quando ele conheceu Gustavo Guimarães Barbosa, ex-preso político, a quem propôs uma parceria para dar início ao projeto do dicionário:
— Eu disse a ele: eu tenho milhares de fichas onde estão anotadas as novas terminologias da comunicação e os seus significados, mas sozinho não posso levar esse projeto adiante. O Gustavo era um rapaz com muito talento, pegou o fichário todo e juntos organizamos o dicionário. 

Apoio

Carlos Alberto Rabaça conta que o trabalho começou a deslanchar, mas faltava um detalhe importante: os recursos financeiros para que o projeto fosse adiante e viesse a se tornar uma realidade. Foi quando ele teve a idéia de procurar o Ziraldo, no Pasquim, e pedir o seu apoio:
— Eu me lembrei do Ziraldo, marquei um almoço com ele e o Jaguar e pedi que eles apadrinhassem o dicionário. O Ziraldo achou a idéia fantástica e nos levou ao José Aparecido de Oliveira, que naquela época era diretor do Banco Nacional de Minas Gerais. Conseguimos um financiamento a fundo perdido e por exigência do Jaguar lançamos a primeira edição do “Dicionário de Comunicação” pela Codecri, que era responsável pelo Pasquim.

O lançamento do dicionário foi realizado no Forte de Copacabana, e segundo Carlos Alberto Rabaça foi um evento muito concorrido:
— A primeira edição do “Dicionário de Comunicação” teve uma grande repercussão. Ocorreu com o apoio de campanhas do Pasquim, do Globo e de vários outros veículos de imprensa. Eu nunca vi um lançamento de livro com tanta gente. Estiveram presentes o Gilson Amado e o Roberto Marinho. Aquele evento ficou consagrado como um marco.

De acordo com Carlos Alberto Rabaça, o dicionário reúne mais de sete mil definições de palavras usadas em comunicação e cobre 23 áreas de atuação, que abordam jornalismo, marketing, publicidade, cinema, literatura, relações públicas e semiologia, entre outras. 

Sobre os autores

Carlos Alberto Rabaça é consultor de comunicação e professor de sociologia, pós-graduado em comunicação institucional pelo Center Office of Information de Londres. Foi responsável pelas atividades de comunicação social da Petrobras e da Shell Brasil, diretor da Fundação Roberto Marinho e assessor de relações públicas da Presidência da República.

Gustavo Barbosa é mestre em comunicação social pela UFRJ, consultor especializado de editoração, marketing institucional e endomarketing. Foi professor de comunicação social da Faculdade de Comunicação Hélio Alonso, onde também foi diretor do setor de atividades extracurriculares. Lecionou em diversos programas de treinamento de profissionais em comunicação. Dirigiu as editoras Codreci e Rocco.