Paulo Marinho e a ajuda
a levar Romário ao tetra


03/12/2019


Claudia Sanches

Com “doses de humor apimentado” e bastidores do mundo jornalístico, o conselheiro da ABI Paulo Marinho, que há  41 anos desenvolve sua carreira como radialista, jornalista, produtor, e até mesmo relações públicas, conta a história de sua vida profissional no livro “Com Eles Aprendi & Continuo Aprendendo” (Editora Lacre, 248 páginas, R$ 50,00), a ser lançado oficialmente em 27 de janeiro de 2020, no Forte de Copacabana, zona Sul do Rio.

Nesta segunda-feira (03/12) Marinho, membro do Conselho Deliberativo da ABI apresentou seu trabalho aos amigos que participam do Movimento em Defesa da Economia Nacional (Modecon), na reunião quinzenal que realizam no 7° andar da Casa do Jornalista.

O livro conta, por exemplo, como Marinho, nos bastidores, ajudou na escalação de Romário para a seleção brasileira na Copa do Mundo de 94, a primeira disputada nos Estados Unidos, ocasião em que o Brasil se tornou tetracampeão mundial.

A resistência do técnico Carlos Alberto Parreira em escalar o atacante polêmico – depois escolhido o melhor jogador da Copa pela própria FIFA -, criava sérios problemas com os patrocinadores não apenas para a CBF, mas em especial para as Organizações Globo. É de Marinho o relato:

Com a ajuda de “Álvaro da Camélia”, Paulo Marinho levou Parreira até Roberto Marinho, em O Globo.

Em 1994, a convocação de Romário estava ameaçada pelo seu temperamento polêmico, contrário às ideias do técnico Parreira e do coordenador técnico de futebol, Mario Jorge Lobo Zagallo.

A não convocação do craque comprometia os patrocinadores, que haviam selado compromisso com as organizações Globo e com a CBF. A secretária de doutor Roberto, dona Lígia, e o jornalista Cláudio Mello e Souza me deram uma missão: levar Parreira para falar com o doutor Roberto, na sede de O Globo, na rua Irineu Marinho, às 11 horas da manhã.

Cumpri a missão, com a ajuda de outro amigo comum de Parreira, e do próprio Roberto Marinho, o Álvaro Barros Moreira, popularmente conhecido como “Álvaro da Camélia Flores, hoje com 94 anos.

Levamos Parreira contrariado, pois até então, a sessão de esportes dirigida por César Seabra era ferrenhamente crítica ao então treinador da seleção brasileira. O que mais atormentava Parreira eram comentários como “Parreira não é técnico, e sim preparador físico”.

Roberto Marinho recebeu Carlos Alberto Parreira naquela manhã com o seguinte desabafo: “Seremos tetra campeões do mundo”.

Na noite daquele mesmo dia a seleção embarcou para os Estados Unidos. No dia seguinte, já na Universidade Santa Clara, em São José (EUA), Ricardo Teixeira lia para os jogadores o artigo do jornal O Globo incentivando a partir daquele momento, a seleção brasileira, rumo ao treta”.

A “mãozinha” na escalação de Romário em 1994 é apenas uma das muitas histórias da carreira de Marinho, iniciada em 1980, no esporte da Rádio Nacional, do Rio, ao lado do famoso Garotinho, José Carlos Araújo.

No livro, ele narra fatos da sua vida, no bairro de Cavalcante, zona norte do Rio, desde a sua infância, passando pelo encontro com Elis Regina e Ronaldo Bôscoli, sua passagem pela grande imprensa até a cobertura das Copas do Mundo de 1994 e 1998, e das Olimpíadas de Atlanta, em 1996.

Ele ainda trabalhou com personalidades como Luís Carlos Mieli (1938/2015), no Canecão, na revista Amiga (da Bloch Editores), nas Rádios Tamoio e Fluminense. Foi setorista da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), quando conheceu os dirigentes Octávio Pinto Guimarães, Álvaro Bragança, João Havelange e Ricardo Teixeira.

Além das Copas do Mundo e das Olimpíadas de Atlanta, pelo Jornal dos Sports, como colunista, idealizou muitos eventos. Entre eles, a homenagem de 80 anos de Domingos da Guia, no Rio em 1995.

Foi também o primeiro colunista a noticiar que Pelé seria nomeado Ministro dos Esportes do Governo Fernando Henrique “a partir de uma conversa com Hélio Viana, então assessor de imprensa do maior do craque do futebol mundial.

Atualmente além de colaborar no Conselho Deliberativo da ABI, é responsável pela programação do Espaço Cultural Cariocando, no bairro do Catete. Trabalha também a parte institucional da Colégio/Faculdade Pinheiro Guimarães