Imprensa Pernambucana chora a morte de Eduardo Campos


Por Kika Santos e Igor Waltz

13/08/2014


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A morte trágica do candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, do PSB, na manhã desta quarta-feira, 13 de agosto, consternou a imprensa de Pernambuco. O edifício que hoje sedia a Associação de Imprensa de Pernambuco (AIP) havia sido penhorado e leiloado no ano de 2009 pela Justiça do Trabalho. No ano seguinte, quando a nova diretoria assumiu a entidade, foi informada de que deveria deixar as dependências do prédio diante de cumprimento judicial. Graças à ação rápida do então governador do Estado, Eduardo Campos, o prédio foi devolvido aos jornalistas em apenas 24 horas. Esse marco na história da imprensa pernambucana aconteceu no dia 25 de agosto de 2010 — e completa quatro anos nos próximos dias.

Outro legado de Campos para a imprensa do Estado foi a criação da Casa da Imprensa no Carnaval de Olinda, em 2012. Tamanha a proximidade do presidenciável com os jornalistas, ele propôs que o ambiente não acolhesse somente os profissionais mas também seus familiares. A AIP administra e coordena a Casa da Imprensa desde a sua fundação.

Filho do escritor Maximiliano Campos, Eduardo costumava escrever artigos para jornais de Pernambuco. Ele também era neto de Miguel Arraes, que governou o estado três vezes e, coincidentemente, faleceu há nove anos, também no dia 13 de agosto.

“Ele era muito próximo da imprensa daqui. Para se ter uma ideia da pessoa de Eduardo Campos, todo ano, no mês de dezembro, ele organizava uma confraternização com os profissionais, sem envio de convite oficial, porque considerava uma festa absolutamente aberta”, disse o presidente da AIP, Múcio Aguiar. “Não apenas lamentamos a morte do Campos, mas choramos a perda dele”.

A consternação no Estado se estende também à perda de outros profissionais de imprensa. Estava na aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, pertencente à empresa Andrade Empreendimentos e Participações LTDA o assessor direto de Eduardo Campos, o jornalista Carlos Percol, que o acompanhava há mais de quatro anos.  Além dele também morreram o fotógrafo Alexandre Severo, que saiu recentemente do Jornal do Commércio, de Recife, para trabalhar na campanha do candidato, e o ex-deputado Pedro Valadares.

 

O acidente

A queda do jato particular de Campos aconteceu na manhã desta quarta-feira, em Santos, matando ao todo seis pessoas. O avião caiu em uma área residencial na cidade do litoral paulista, onde o candidato do PSB à Presidência da República faria uma participação em um evento. Ao contrário de informações anteriores, a esposa e o filho de Campos não estavam a bordo.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou em nota, no início desta tarde, que a manutenção do aparelho estava em dia, com validade inclusive até 14 de fevereiro do ano que vem. A Agência também confirmou que o avião foi inspecionado há seis meses.

 

Imprensa internacional

A notícia da morte de Eduardo Campos foi destaque também na imprensa internacional. Os sites de notícias Financial Times, El País, BBC, La Nación, Le Monde, assim como os norte-americanos The Wall Street Journal e The New York Times repercutiram a morte trágica do candidato à Presidência da República do Brasil, Eduardo Campos.

O argentino La Nación destacou o desempenho do político, citando seu respaldo de 10% das intenções de voto nas eleições presidenciais de outubro.  No portal do francês Le Monde, o desastre era a segunda principal notícia em destaque. “Eduardo Campos era um dos principais adversários da presidente Dilma Rousseff nas eleições de outubro”, afirmou a publicação.

O NYT ressaltou a trajetória pessoal e política de Campos, além de sua aliança com Marina Silva. “Campos, de 49 anos, era casado e pai de cinco filhos. Herdeiro de uma família política, serviu dois mandatos como governador do Estado de Pernambuco”.

 

Veja abaixo a nota divulgada pela Coligação Unidos Pelo Brasil, de Eduardo Campos.

Pronunciamento da Coligação Unidos pelo Brasil

“Não vamos desistir do Brasil.” A frase, dita por Eduardo Campos na véspera do acidente que o vitimou, expressa o testemunho e o desejo de um brasileiro que pautou sua vida pelo anseio de ver a nação unida em torno de um projeto que contemple a melhoria de vida de todos os seus cidadãos. Embalava, no presente, o mesmo sonho que alimentou a trajetória de seu avô Miguel Arraes ou, como ele mesmo dizia carinhosamente, do Dr. Arraes.

Interrompeu-se hoje o caminho de um homem que acreditava na renovação da política pela força do povo brasileiro em escrever o seu destino. Morre Eduardo Henrique Accioly Campos, mas fica o seu legado de luta pelos ideais de um Brasil mais democrático, próspero, solidário, sustentável e justo socialmente.

A Coligação Unidos pelo Brasil acredita que a perda de Eduardo encerrou sua vida, mas não seus ideais. Fica a semente da esperança que move diariamente os brasileiros criativos e empreendedores, capazes de transformar em virtuoso seu duro cotidiano.

A Coligação Unidos pelo Brasil se solidariza com a dor irreparável das famílias de Eduardo Campos e de seus companheiros Pedro Valadares, Carlos Percol, Alexandre Severo Gomes da Silva, Marcelo Lyra, Geraldo da Cunha e Marcos Martins. O momento é de luto e impõe o necessário recolhimento.

Santos, 13 de agosto de 2014.

COLIGAÇÃO UNIDOS PELO BRASIL
PSB, REDE SUSTENTABILIDADE, PPS, PPL, PHS, PRP, PSL