IFJ: 2013 registra queda de 10% no número de jornalistas mortos


Por Igor Waltz*

02/01/2014


Pelo menos 108 jornalistas e outros trabalhadores de meios de comunicação foram assassinados em 2013, segundo dados da Federação Internacional de Jornalistas (IFJ), o que representa uma ligeira queda de 10% com relação ao ano anterior. Entre as principais causas de mortes estão ataques seletivos, bombas, explosões e incidentes de fogo cruzado no mundo todo.

O comunicado da IFJ indica também que 15 jornalistas perderam suas vidas em acidentes ou por conta de doenças durante coberturas.

A 23ª lista anual da IFJ mostra que as regiões mais letais para os jornalistas foram Ásia-Pacífico, com 29% dos assassinatos (31), Oriente Médio e o mundo árabe com 27% do total (29) e África (22). A América Latina se situou na quarta posição, com pelo menos 20 assassinatos de jornalistas. Já na Europa, houve três jornalistas assassinados.

O número de assassinatos é ligeiramente menor que o de 2012, mas continua sendo muito elevado. A organização pediu aos governos de todo o mundo que tentem colocar fim à impunidade da violência exercida contra os repórteres e comunicadores.

Mulheres jornalistas

A IFJ também assinalou que os números mostram um aumento da violência contra as mulheres jornalistas. Seis delas perderam sua vida neste ano, enquanto muitas outras foram vítimas de intimidação, discriminação e abuso sexual.

Segundo as estatísticas da IFJ, muitos jornalistas se transformaram em alvo selecionado só por fazer seu trabalho e com a clara intenção de fazê-los ficarem calados.

Isso “obriga a uma precisa e necessária melhora da proteção e a segurança dos jornalistas para conseguir o conseguinte castigo dos autores de atos de violência contra a imprensa”, afirmou a IFJ.

Em outubro deste ano, a IFJ lançou sua campanha “Terminar com a Impunidade da violência contra os jornalistas” que pede aos Governos com maiores níveis de violência contra jornalistas que averigúem esses assassinatos e levem aos autores perante a justiça.

“Está claro que não há sinais que esse tipo de ações horríveis contra os jornalistas venham a diminuir,” indicou a secretária-geral da IFJ, Beth Costa.

A Federação avaliou que a ONU estabeleceu em 2 de novembro de cada ano como o Dia Internacional contra a impunidade dos crimes contra jornalistas, e aproveitou a ocasião para pedir a todos os países do mundo a assumir imediatamente ações de proteção para a segurança e a liberdade dos jornalistas.

*Com informações da EFE.