Zumbi traz de volta o cineclube Macunaíma


24/03/2023


Por Maria Luiza Busse, diretora de Cultura da ABI

O lançamento de Zumbi, Quilombo dos Palmares na ABI, trouxe de volta as sessões presenciais que lotavam o auditório de 600 lugares do nono andar. O diretor Lula de Oliveira presenteou os 50 anos do Macunaíma escolhendo a ABI para a estreia nacional de seu filme que a partir de abril entra em circuito internacional de cinemas em Portugal, Espanha, Bélgica e Martinica.

“O cinquentenário do cineclube e os 115 anos da ABI representam a resistência, a luta e a denúncia que estão em Zumbi, quilombo dos Palmares”, declarou o cineasta.

O evento teve a presença do tetraneto de Zumbi e rei iorubá, José Mendes Ferreira Geleiu Adelabu III, que abriu a noite de ontem, sábado, recintando um oriki na língua original, verso de louvação aos orixás para saudar e dar início aos trabalhos.Em cena, José Mendes é o juiz do Tribunal da Consciência, a grande audiência formada para julgar a discriminação, o racismo, o feminicídio, a pedofilia, e outros temas que têm origem no ódio e na intolerância.

Zumbi é um docudrama-ficção de linhagem glauberiana, costurado por belas e fortes imagens de cenários e interpretação de elenco extraordinário, a maioria desconhecido do grande público.

” O filme não trata de cores humanas, trata de seres humanos”, diz Lula de Oliveira sobre a obra que é resultado de vasta pesquisa sobre o período colonial e as relações entre passado e presente: ” Minha intenção com esse filme é deixar que o público tire as próprias conclusões sobre os acontecimentos do século passado e o presente século XXI”, explica o diretor que começa a filmar neste abril em Portugal sua versão autoral sobre os navios negreiros. Pelo o que é visto em Zumbi, é possível aguardar mais uma mostra do encontro do melhor sentido humanitário da ética com a estética. Coisa para fazer o L.