Trem do Samba e shows comemoram somente no sábado o Dia do Samba


02/12/2021


 

A comemoração do Dia do Samba só acontece no sábado

Hoje, é o Dia Nacional do Samba, mas que só será comemorado no Rio no sábado com 15 rodas de samba em Osvaldo Cruz depois que o Trem do Samba partir da Central do Brasil, às 18h, rumo ao famoso bairro do subúrbio carioca. Essa mudança de planos foi devido à pandemia para evitar grandes aglomerações.

A Fundição Progresso reabre hoje para comemorar a data com o grupo Independente dos Bons Costumes, tocando de clássicos a canções autorais ( 22h30, R$60).

Todos os anos nesse dia saem trens da Central rumo a esses shows, mas em 2021 só haverá um Trem do Samba,  em formato reduzido para convidados e, naturalmente, com a Velha Guarda. Os shows serão com Dudu Nobre, Moacyr Luz e seu Samba do Trabalhador, Lecy Brandão e Dorina.

Quem quiser participar, deve ir nos trens regulares. “Vai ter um trem só, mas um trem que por respeito ao samba e à ancestralidade vai ser exclusivo das velhas guardas. Nós vamos sortear algumas pessoas para que possam estar com a gente, até porque a vitória é coletiva”, diz  Marquinho de Oswaldo Cruz, criador do evento. O evento tem o objetivo de imortalizar o bairro do subúrbio carioca como o território sagrado do samba.

Trem do samba

O último Trem do samba foi em 2019, antes da pandemia. Como acontece em todos os anos, ali não havia tristeza que resistisse ao calor e a alegria dos mais variados sambas, em total sintonia com a massa que fazia um lindo coro, sem deixar de acompanhar uma só canção. Para cantá-las, não faltaram presenças ilustres, como das velhas guardas das mais tradicionais escolas de samba cariocas: Portela, Vila Isabel, Mangueira, Salgueiro e Império Serrano.

Já houve homenagem aos 30 anos da morte do Mestre Candeia, grande sambista da Portela que em suas músicas demonstrava forte sensibilidade pelas condições de vida do povo brasileiro. Foi autor de músicas como Dia de Graça e Minha Gente do Morro. As apresentações começavam ainda na Central do Brasil, onde um grande palco era armado fora da estação com milhares de pessoas sambando. Na Central, já aconteceram shows da bateria do Mestre Faísca, Nelson Sargento, Walter Alfaiate, Nadinho da Ilha, Wilson Moreira e as velhas guardas das escolas de samba.

Às 19h, quatro trens saíam da Central rumo a Oswaldo Cruz, carregados com muito samba e um povo animado que não se cansava de dançar e cantar. Eram os trens Candeia, Tia Doca, Cacique de Ramos, Pagode do Negão da Abolição, Grupo Autonomia, Clube do Samba, Embaixadores da Folia e Quilombo. Trem Silas de Oliveira, Velha Guarda do Império Serrano, Roda do Bip, Pagode do Nelsinho e da Vilma, Mestre Faísca, Manga Preta e Paragode da Tia Ciça. Trem Cartola Velha Guarda da Mangueira, Velha Guarda do Salgueiro, Pagode do Sambola, Bloco Voltar Pra Quê?, Grupo Parados na Ponte e Grupo Regente. Trem Luiz carlos da Vila com a Velha Guarda de Vila Isabel, Grupo Caldos e Canjas, Quizomba, Bloco da Cachaça, Pagode do Renascença e Renato Milagres, Democráticos de Guadalupe, Grupo Nossa Arte de Niterói, Quintal do Jorge e Pagode do Ouvidor.

Chegando a Oswaldo Cruz, a festa continuva até que o último sambista fosse embora. Foram três grandes palcos com diversas atrações, além das muitas rodas de samba que não deixavam silenciar um espaço sequer de Oswaldo Cruz. No primeiro palco, ao lado da estação, aconteciam shows com Noca da Portela, Tia Doca e Marquinhos de Oswaldo Cruz. O segundo palco, na Praça da Portela, recebia shows da bateria da Portela e das Velhas Guardas da Mangueira, do Salgueiro, da Portela e do Império Serrano. Na Rua Átila da Silveira era armado o terceiro e último palco, que contava com as ilustres presenças de Mauro Diniz e das belíssimas cantoras Dorina e Dona Ivone Lara. Quem sabe em 2022 volte a acontecer dessa forma? Tomara!

ORIGEM

Muito antes de acontecer o Trem do Samba, já existia o pagode do trem, criado na década de 20 por Paulo Benjamin de Oliveira, o Paulo da Portela, um dos fundadores da tradicional escola de samba de Oswaldo Cruz e uma das primeiras da história do samba. Porém, naqueles tempos, o pagode do trem não era apenas uma comemoração, mas sim uma estratégia dos sambistas para esquivarem-se da perseguição à qual o ritmo era submetido pelas classes dominantes, que o consideravam “profano”, como diversos outros seguimentos da cultura popular. Sendo assim, sambistas iam todos os dias ao encontro de Paulo da Portela na Central do Brasil, de onde partiam para o subúrbio da cidade tocando e escolhendo os sambas da Portela. Como não possuía sede, o vagão que eles escolhiam para viajar funcionava como sede provisória da Escola de Samba e lá todas as decisões eram tomadas.

Essa foi a verdadeira origem do Dia Nacional do Samba, esse ritmo centenário, que continua até hoje alegrando o povo brasileiro com o seu batuque e suas belas melodias.

Muito antes de acontecer o Trem do Samba, já existia o pagode do trem, criado na década de 20 por Paulo Benjamin de Oliveira, o Paulo da Portela, um dos fundadores da tradicional escola de samba de Oswaldo Cruz e uma das primeiras da história do samba. Porém, naqueles tempos, o pagode do trem não era apenas uma comemoração, mas sim uma estratégia dos sambistas para esquivarem-se da perseguição à qual o ritmo era submetido pelas classes dominantes, que o consideravam “profano”, como diversos outros seguimentos da cultura popular. Sendo assim, sambistas iam todos os dias ao encontro de Paulo da Portela na Central do Brasil, de onde partiam para o subúrbio da cidade tocando e escolhendo os sambas da Portela. Como não possuía sede, o vagão que eles escolhiam para viajar funcionava como sede provisória da Escola de Samba e lá todas as decisões eram tomadas.

Essa foi a verdadeira origem do Dia Nacional do Samba, esse ritmo centenário, que continua até hoje alegrando o povo brasileiro com o seu batuque e suas belas melodias.

 

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