Profissionais de imprensa são feridos durante protesto no Rio


Por Igor Waltz*

18/06/2013


Manifestantes atearam fogo em um carro próximo à Assembleia Legislativa do Rio. (Crédito: AP).

Manifestantes atearam fogo em um carro próximo à Assembleia Legislativa do Rio. (Crédito: AP).

Um fotógrafo foi atingido e um jornalista foi agredido por manifestantes durante a cobertura dos protestos da noite da última segunda-feira, 17 de junho, no Rio de Janeiro. Apesar de a maior parte do ato ter ocorrido de forma pacífica, reunindo 100 mil pessoas na Avenida Rio Branco, região central da cidade, um grupo de cerca de 300 manifestantes se dirigiu para o prédio da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro – Alerj, onde houve depredações e confronto com a polícia.

André Naddeo, do portal Terra, foi agredido enquanto registrava a destruição de uma agência bancária por manifestantes. “Um grupo de quatro jovens na faixa dos 20 anos me abordou sobre o fato de eu estar registrando as imagens deles promovendo o quebra-quebra. Quando tentei argumentar, um deles me atingiu na boca do estômago, o celular, que estava quase enviando a foto caiu e eles correram. Perda material que nem se compara com os feridos, por estilhaços, por munição real, ou por uma pedrada, como o policial do registro em imagem”, disse.

Naddeo reconhece que, na ânsia de enviar as imagens, acabou se isolando do grupo de profissionais de imprensa que o acompanhava, situação não recomendada em situações extremas.

Manifestantes reagiram à chegada da polícia com fogos de artifício e pedras. Uma delas atingiu o fotógrafo Ernesto Carriço, do jornal O Dia, que teria sofrido um corte na cabeça.  O tumulto terminou com uma pessoa foi detida por invadir um carro oficial da Assembleia. O acusado foi levado para a 5ª Delegacia de Polícia.

Radialista tem carro incendiado

Durante o confronto, o radialista Fabrício Ferreira teve o carro incendiado nas imediações da Alerj. O carro não tinha seguro e dentro havia uma mala de roupas íntimas comercializadas por sua esposa. O prejuízo total seria em torno de R$ 6 mil.

“Meu carro era um Ford Versailles 93, era antigo e não tinha seguro. Infelizmente eu assisti a tudo. Eu estava no 34º andar do edifício na Rua da Assembleia. Eles circularam o carro, depois viraram ele de ponta cabeça e logo a seguir, tacaram fogo. Eu costumo parar ali porque ficava bem perto, já que eu saio do trabalho meia-noite”, afirmou o radialista.

“O bom dessa história toda é que os amigos estão se manifestando para me ajudar. O bom é saber que os amigos se importam com a gente. Eu creio que vai dar tudo certo e que tudo vai ser ressarcido através dos amigos. Só estou em dúvida se vou colocar na Justiça ou não. Ainda estou pensando sobre isso”, acrescentou.

* Com informações do portal Terra e do Portal Imprensa.