Abraji registra 137 ataques a jornalistas nas eleições


08/10/2018


 

Crédito:Reprodução/TV Globo

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou levantamento informando que 137 profissionais de comunicação foram vítimas de alguma forma de agressão desde o início de 2018. Os casos ocorreram em contexto político, partidário e eleitoral. Agressões físicas correspondem a 62 registros, com 60 profissionais atingidos. Os demais ataques, 75, foram praticados via internet e afetaram 64 profissionais diferentes.

O clima de tensão que tem marcado as eleições deste ano tem sido o principal pano de fundo das agressões físicas. De acordo com a associação, o caso mais recente aconteceu no último domingo (7/10), em Pernambuco, quando uma jornalista foi agredida e ameaçada de estupro por partidários do candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL).

Entre os casos registrados, estão o ataque a tiros ao ônibus no qual 28 profissionais de imprensa acompanhavam a caravana de Lula, durante sua passagem pela região Sul, no primeiro semestre.  Mas a violência contra os jornalistas vem de todos os lados. Outros 19 comunicadores foram alvo de atitudes hostis ou agressões por apoiadores do ex-presidente durante a cobertura da prisão do mesmo.

Assédio digital

Pela internet, 91% dos casos são de exposição indevida, situação na qual o profissional tem sua imagem divulgada em, por exemplo, postagens incentivando ofensas devido a sua suposta inclinação política. Grupos políticos, como o Movimento Brasil Livre, e pessoas públicas, entre elas o humorista Danilo Gentile, a jornalista e deputada federal Joice Hasselmann (PSL) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), estão entre os que praticaram tais atos.

A Abraji declarou seu repúdio aos ataques e se solidarizou com as vítimas. “Ofensas, assédio e ameaças a jornalistas com o objetivo de silenciá-los são sintomas de desprezo pela democracia. O direito à informação, essencial para toda a sociedade, fica comprometido quando profissionais da imprensa são impedidos de exercer seu ofício livremente”, ressaltou a associação.

Fonte: Portal Imprensa